A Advocacia-Geral da União (AGU) remeteu à Polícia Federal (PF) uma notícia-crime para que seja instaurado um inquérito policial a fim de investigar a propagação de notícias falsas contra o sistema financeiro nacional, em especial o Banco do Brasil (BB).

O BB denunciou à AGU que, desde 19 de agosto passado, perfis bolsonaristas como os dos deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – este último encontra-se nos Estados Unidos articulando ações contra o Brasil -, “propagam desordem financeira no país”.

Os parlamentares dizem que a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras vai prejudicar os correntistas do BB. “Tirem seu dinheiro dos bancos, Moraes vai quebrar o Brasil”, diz Gayer numa das publicações, referindo-se à lei.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, afirmou em seu canal no YouTube no dia 20 de agosto que o “banco estatal será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”.

A AGU diz que a propagação de mensagens sugerindo a retirada de dinheiro dos correntistas dos bancos tem o interesse de pressionar agentes financeiros e gerar caos no sistema financeiro nacional.

“Observa-se uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema”, diz o órgão.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a tentativa de Eduardo Bolsonaro e seus aliados de espalhar fake news contra o Banco do Brasil é mais um capítulo da velha tática bolsonarista: atacar instituições sólidas para fragilizar a democracia e criar um clima permanente de caos e desconfiança.

“Temos que condenar esse tipo de conduta criminosa, que tenta chantagear e coagir empresas e bancos em nome de um projeto autoritário já derrotado nas urnas. A democracia exige responsabilidade, compromisso com a verdade e respeito às instituições – e quem insiste em agir contra isso precisa ser responsabilizado à altura”, defende a parlamentar.