“Hoje, nossa grande tarefa é vencer o silêncio. É preciso que as mulheres saiam da defensiva e usem, de fato, a Lei Maria da Penha para sobreviver à violência.” A afirmação da deputada Angela Albino (PCdoB-SC) vai ao encontro de uma análise feita pelo núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo. De acordo com o órgão, romper o silêncio é tarefa difícil e pode levar até 10 anos, uma vez que a vítima demora a entender que está sofrendo algum tipo de violência. Leia também: Há 10 anos Lei Maria da Penha empodera mulheres contra violência doméstica

Para chegar a este dado, a unidade analisou todas as denúncias de violência contra a mulher, entre 2014 e 2015, feitas ao Ligue 180, canal de atendimento à mulher do governo federal.

De acordo com a pesquisa, aproximadamente 37% das denúncias foram feitas por mulheres que estavam em relacionamentos com uma década ou mais de duração. No mesmo período, 12% das queixas recebidas foram registradas por mulheres em relacionamentos de um ano ou menos.

Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), o rompimento do silêncio é um dos principais desafios da legislação. Ela acredita, porém, que é preciso ainda que as estruturas de apoio estejam preparadas para receber essas mulheres em situação de violência doméstica.

“As estruturas ainda são frágeis. Por isso, temos o desafio de reforçar as delegacias especializadas, o Ministério Público, garantirmos recursos e qualificarmos quem vai receber essas pessoas que estão doídas e precisam ser tratadas com humanidade.”

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