Na manhã desta segunda-feira (13), os deputados Márcio Jerry (PCdoB-MA) e Rubens Pereira Júnior (PT-MA) encaminharam uma representação ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitando que a Casa adote providências junto à Polícia Federal para investigar uma suspeita de gravações ilegais envolvendo os dois parlamentares e o secretário executivo do Ministério do Esporte, Diego Galdino.

De acordo com a representação, na semana passada começaram a circular em Brasília informações de que integrantes do governo do Maranhão estariam em posse de gravações em áudio atribuídas aos dois vice-líderes do governo na Câmara e ao secretário. As supostas gravações fariam parte de um inquérito policial instaurado pela Polícia Civil do estado do Maranhão, que teria sido objeto de perícia técnica e posteriormente encaminhado a veículos de imprensa, sem o conhecimento ou autorização dos parlamentares.

No documento, Márcio Jerry e Rubens Júnior afirmam que os fatos são “gravíssimos”, pois podem indicar uso político da Polícia Civil para perseguição de adversários ou constrangimento de aliados. Eles alertam que, caso confirmadas as informações, tratar-se-ia de uma “repugnante violação das prerrogativas parlamentares”, exigindo “pronta e enérgica defesa e reação por parte da Câmara dos Deputados”.

Os deputados também lembram que, dias antes da repercussão das supostas gravações, Márcio Jerry já havia apresentado uma notícia de fato ao Ministério Público do Maranhão, solicitando investigação sobre o possível uso político do aparato policial estadual. Agora, na nova representação conjunta, os parlamentares pedem que o caso seja encaminhado à Polícia Federal para apuração de eventual prática de crimes tendo como vítimas parlamentares federais.

“Diante de tais revelações, pede-se a urgente tomada de providências, inclusive com encaminhamento para a Polícia Federal apurar possível prática de crimes tendo como vítimas parlamentares federais”, diz o documento assinado pelos dois vice-líderes do governo na Câmara.

O caso deve agora ser analisado pela Presidência da Câmara, que poderá encaminhar o pedido às autoridades competentes para assegurar uma apuração rigorosa e transparente dos fatos.