Redução de juros precisa ser maior, defendem deputados
Pela primeira vez em três anos, após muita pressão do governo federal e da sociedade, o Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (2), reduzir em 0,5% a taxa básica de juros, a Selic, que agora está em 13,25% ao ano.
O corte anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) repercutiu no meio político. Para deputados da bancada do PCdoB na Câmara, apesar de pequeno, o corte de 0,5% sinaliza um estímulo a novos investimentos, mas ainda está longe do ideal, porque o Brasil segue com os juros reais mais altos do mundo.
“É um entrave à retomada do crescimento, patrocinado pela política monetária perversa e rentista de Roberto Campos Neto [presidente do Banco Central]. Precisamos de novas quedas para recuperar empregos e incentivar a atividade econômica. Mas já é um começo”, afirmou a líder da bancada do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ).
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) ratificou a crítica da líder da legenda. “É pouco, é muito pouco, frente os juros extorsivos praticados no Brasil. Mas é uma sinalização importante, particularmente se acenar com um ciclo prolongado de queda. O povo não aguenta mais esperar!”, disse Orlando.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que “a taxa precisa cair ainda mais para garantir o aumento do poder de compra da população e a esperança de dias melhores”.
Para o vice-líder do Governo na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), havia margem para uma redução maior com os números positivos da economia. “Mas é uma sinalização importante, especialmente se for um aceno com um ciclo de queda. O povo brasileiro não aguenta mais esses juros abusivos”, reforçou.
Segundo nota divulgada pelo Copom, cinco diretores votaram a favor do corte de 0,5 ponto percentual, enquanto quatro membros se manifestaram por uma redução de 0,25.
“O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”, diz a nota do Copom.
“Enfim redução na taxa básica de juros e ata com indicação de mais redução adiante. Só 0,50%, mas o caminho está indicado. O Brasil precisa de desenvolvimento e com taxas de juros na estratosfera não dá”, pontuou o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA).