Ato em defesa do SUS manda recado ao Congresso sobre custeio para a saúde
Enquanto a Câmara dos Deputados está concentrada na decisão sobre o novo arcabouço fiscal e reforma tributária, integrantes da 17ª Conferência Nacional de Saúde, o maior evento de participação social do país, realizou nesta terça-feira (4) ato público em defesa do Sistema Únicos de Saúde (SUS), da vida e da democracia.
A manifestação realizada no Museu Nacional da República, próximo ao Congresso, cobrou que a pauta econômica assegure os recursos necessários para o financiamento do SUS, um dos maiores sistemas público de saúde do planeta
“Essa conferência é um ato de mobilização do povo brasileiros em defesa do SUS e do seu espaço democrático em proteção da vida das pessoas, indiscriminadamente sem olhar raça, sexo e perfil social. Por isso, é necessária essa mobilização de fora para dentro para pressionar pela afirmação de políticas públicas”, discursou o vice-líder do governo no Congresso, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).
Sob aplausos, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) informou que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve ainda nesta terça-feira consolidar o acordão que reconhece como constitucional o piso nacional da enfermagem.
Contudo, a parlamentar antecipou que um embargo de declaração será feito para esclarecer que no setor público não tem 44 horas, uma vez que os ministros vincularam o piso a essa carga horária. “Estamos ao lado de outros parlamentares nessa batalha pelo piso”, disse.
Ela aproveitou para parabenizar os delegados e delegadas que estão representando os estados.
“O sistema de saúde brasileiro foi criado com muito enfrentamento, muita luta, muito debate nas universidades, nas ruas, no movimento popular e comunitário. Essa é uma conferência de renascimento do SUS, democracia e, acima de tudo, da afirmação de nossas lutas para dignidade salarial dos trabalhadores da saúde”, discursou.
Para a deputada Sâmia Bomfim (PSol-SL), trata-se de uma conferência vitoriosa por evitar que os golpistas conseguissem “rasgar a saúde” no país e acabar com o SUS, que é uma conquista de 30 anos do povo brasileiro.
Flauzino Antunes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Distrito Federal (CTB-DF), disse que no momento se comemorava uma conferência vitoriosa, demonstrando que venceu a democracia e a vida.
“Agora, a gente precisa reconstruir o SUS, fortalecer o seu financiamento para que tenhamos um piso de enfermagem, um plano de carreira e recursos para a indústria nacional de saúde. Mais verbas para garantir laboratórios, outros equipamentos e insumos necessários”, defendeu.
Vice-presidente da Unegro de São Paulo, Rosa Anacleto, destacou que o governo Lula junto com o movimento social, em especial os que atuam na área da saúde, estão nas ruas para defender o SUS.
O sistema de saúde, segundo ela, é fundamental para quem mais precisa. “A população negra, que representa 54% da população, é um contingente que depende do SUS. Por isso, estamos na rua para fortalecer as políticas públicas. E não sairemos pra evitar que o inelegível volte”, discursou.
“Nós sabemos o que aconteceu nos últimos anos [sobre] a responsabilidade daquele que antes era inominável e agora inelegível. E fomos nós que resistimos ao desmonte do SUS nos últimos anos”, discurso a deputada Ana Pimentel (PT-MG).