As tentativas do governo do interino Michel Temer de reduzir o tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS) e as verbas para a área repercutiram mal entre militantes da área, representantes de movimentos sociais, parlamentares e entre os usuários do sistema. Assim como em outras áreas, como a cultura, por exemplo, o repúdio ao modus operandi do peemedebista cresce. Na Câmara dos Deputados, um encontro no final da tarde desta terça-feira (7) marcou o início da articulação desses setores com parlamentares para barrar o avanço dessa agenda. Leia também: “Restringir SUS revela perfil do governo Temer”, diz Daniel

“Passamos 30 anos defendendo que seguro não é a mesma coisa que seguridade. Substituímos, com muita luta, a cultura do favor pela cultura do direito. O controle social foi inovador e essencial para que outros governos não acabassem com o Sistema Único de Saúde e agora, mais uma vez, é hora de nos levantarmos para defendermos essa importante conquista da população”, afirma a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Ferreira dos Santos, o cenário é grave e é preciso mobilização social para impedir seu avanço. “Na história recente não nos deparamos com um cenário tão grave como o atual. Se as medidas forem realmente tomadas por este governo terá um impacto enorme nos recursos para a saúde”, alerta o presidente do CNS.

A ideia é organizar os trabalhadores, gestores do SUS, estudantes, intelectuais e parlamentares para uma pauta de manifestações contra as medidas anunciadas por Temer. A primeira delas deve acontecer no dia 24 de junho, em todo país; a outra no dia 6 de julho, em Brasília, que marcará a 2ª Marcha Nacional em Defesa do SUS. Além das manifestações, deputados e senadores devem formar uma Frente Parlamentar Mista em Defesa do SUS para articular a luta no Congresso.

“A universalidade não acontece sem democracia. Um dos primeiros atos deste governo golpista foi exatamente atacar o que prevê a Constituição, tentando acabar com a saúde pública. É impossível defender esse governo golpista e o SUS. Quem é aliado do Temer não é aliado do SUS, pois não se pode servir a dois senhores”, afirma a deputada Angela Albino (PCdoB-SC).