Participação de mulheres na Câmara ainda é irrisória
Apesar de formarem a maioria do eleitorado brasileiro, as mulheres têm participação discreta no Congresso Nacional. Entre os 513 deputados que tomaram posse neste domingo (1º), apenas 51 são mulheres.
O número de mulheres cresceu em relação à legislatura iniciada em 2011. Eram 8,77% e agora (2015) são 9,94%. O aumento é considerado decepcionante pela coordenadora da Bancada Feminina na Câmara, Jô Moraes (PCdoB-MG). “O resultado mostra que a política de inclusão das mulheres nas instâncias de poder está fadada ao fracasso, está falida”, avaliou a parlamentar, que cumpre seu terceiro mandato na Casa.
O PCdoB é a única legenda a ter uma líder mulher, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Maria do Rosário (RS), parlamentar do PT, afirma que é preciso reconhecer essa anomalia. “Entre todas as bancadas, só há uma líder de bancada que é a deputada Jandira Feghali. É preciso reconhecer isso e verificar como tem sido importante que o PCdoB tenha esse histórico com líderes mulheres. Isso para todas nós no parlamento” avalia a ex-ministra dos Direitos Humanos.
Apesar da cota prevista em lei (12.034/09) de 30% de candidaturas femininas nas eleições para deputados e vereadores, Jô Moraes acredita que é preciso uma reforma política que democratize a presença da mulher no Parlamento. As cotas, segundo ela, não geram o resultado desejado porque não são preenchidas com antecedência. “Elas são feitas de última hora, para os partidos políticos apenas cumprirem a exigência legal”, criticou.
De Brasília, Tatiana Alves