"Foi muito importante a fala da presidenta Dilma – que já havia se manifestado, mas agora o fez diretamente para o povo -, dando a avaliação do Governo Federal sobre as manifestações neste momento e destacando que há total abertura para um amplo diálogo com a sociedade, para debater soluções para os problemas apontados em diversas áreas", afirma Chico Lopes.
 
"O compromisso em unir governadores, prefeitos, representantes dos movimentos sociais e dos manifestantes, para encontrar soluções concretas e que tenham prazo para serem colocadas em prática, na saúde, na educação e no transporte, merece o apoio de todos nós. É um momento importante para o governo e para o País", acrescenta o deputado.
 
Chico Lopes afirma ainda que, além da união por melhorias sociais e pelo atendimento a uma ampla pauta de reivindicações que não vêm de hoje, o pronunciamento reforça o compromisso do governo com uma grande conquista: mais dinheiro para a educação pública, através dos recursos do petróleo. Mas, reforça Lopes, o discurso de Dilma também precisa ser analisado pelos brasileiros sob o aspecto político.
 
"Quem ganha com a tentativa de manipulação de atos violentos de minorias? Com a tentativa de atacar os partidos e a política? De que forma essa história está sendo contada? A quem interessa dizer que as manifestações são contra a presidenta, mesmo com toda a disposição para o diálogo e com todo o espírito de busca de soluções coletivas, que a Dilma vem demonstrando? São perguntas que todos nós precisamos fazer", acrescenta Chico Lopes.
 
O deputado tornou a reforçar a importância das manifestações e a condenar a violência contra as passeatas, destacando que é preocupante a informação de prisão injustificada de manifestantes pacíficos em Fortaleza.
 
Pronunciamento da presidenta Dilma
 
Em seu pronunciamento, a presidenta informou que seu governo está acompanhando com muita atenção as manifestações que ocorrem no país. Segundo ela, os protestos demonstram a força da democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar.
 
“Se aproveitarmos bem o impulso dessa nova energia política, poderemos fazer melhor e mais rápido muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas. Mas se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos, não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, mas também correndo o risco de colocar muita coisa a perder”, advertiu.
 
A presidenta fez referência ao que se viveu na época da ditadura militar. “A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida, muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso.” E lembrou: “O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. Agora está lutando para se tornar mais justo”, disse Dilma.
 
“Não foi fácil chegar aonde chegamos, como também, não será fácil chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas. Só chegaremos se fortalecermos a democracia, o poder cidadão e o poder da república.”
 
A mandatária legitimou o movimento pacífico por propor e exigir mudanças. “As manifestações desta semana trouxeram importantes lições. As tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor das manifestações para produzir mais mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira”, declarou.
 
Quanto aos casos de violência e depredações, a presidenta advertiu que seu governo está aberto ao diálogo, mas que não irá tolerar a violência e a depredação do patrimônio público. "Vamos manter a ordem", solicitou.
 
Dilma disse ser presidenta de todos os brasileiros e brasileiras e ressaltou que para produzir as mudanças que o Brasil precisa, como escolas de qualidade e transporte público melhor, deve haver mais esforço das instituições. "Para somarmos esforços, precisamos chamar os governadores e os prefeitos para um grande pacto para a elaboração de um plano nacional de mobilidade, de educação e trazer, de imediato, médicos estrangeiros para ampliar o atendimento do SUS", ressaltou.
 
Sobre corrupção, Dilma avaliou que é necessário oxigenar o sistema político, com mais transparência e, segundo ela, mais permeabilidade. “Precisamos de formas mais eficazes de combate à corrupção e ampliá-las para todos os poderes da república. Precisamos fiscalizar o uso correto do dinheiro público”, salientou. A presidenta lembrou ainda da necessidade de uma reforma política que amplie a participação popular.
 
Em relação aos gastos de infraestrutura para a Copa, a presidenta afirmou que jamais permitiria a utilização dos recursos públicos que são destinados à educação e à saúde. “Quero esclarecer que o dinheiro dos estádios é fruto de financiamento e será devidamente pago pelos futuros gestores dessas arenas. Jamais permitiria que esse dinheiro saísse do orçamento federal, que é usado para a educação e a saúde”, afirmou.
 
A presidenta fez questão de reafirmar a importância do seu projeto que destina 100% dos royalties do petróleo na aplicação, exclusiva, à educação. Tema abordado com bastante ênfase no último pronunciamento de Dilma, realizado no dia 1º de maio deste ano.
 
Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB/CD
Informações da Assessoria do Deputado