Comunistas repudiam novo desatino de Bolsonaro
Neste 15 de maio histórico, enquanto estudantes, professores, parlamentares e demais membros da sociedade civil iam às ruas para lutar pelo direito dos brasileiros à educação pública, Jair Bolsonaro atacava brutalmente os manifestantes, em mais um episódio de falta de bom senso.
O presidente, que não está no Brasil, ao conceder entrevista em frente ao hotel no qual se hospeda em Dallas, nos Estados Unidos, defendeu a necessidade dos cortes na educação e alegou que os manifestantes que protestam contra isso são “uns idiotas úteis”.
“A maioria ali é militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar 7×8 não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, disse.
A líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), condenou a declaração ofensiva e classificou-a como absurda.
“A educação caindo aos pedaços e você nem no Brasil está, seu tosco. Agride milhões de famílias de forma leviana. É um tremendo absurdo”, reagiu a parlamentar.
Para o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), este é um governo que faz pouco da inteligência das pessoas e que trata a sociedade com desrespeito. “Vê-se pelo teor das falas e pela maneira como a educação é malconduzida”.
Orlando Silva (PCdoB-SP) também apontou esta como mais uma declaração de inaptidão para o cargo vinda de Bolsonaro.
“Ele é um sujeito antidemocrático e arrogante, que dirige um governo inepto. O verdadeiro ‘idiota’, presidente, o Brasil inteiro já sabe quem é”, apontou o deputado.
Em solo norte-americano
Esta é a segunda viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos desde a posse, em janeiro. A visita a Dallas substitui a que seria feita a Nova York, onde receberia a homenagem de “personalidade do ano”.
Após protestos da comunidade nova-iorquina contra o caráter discriminatório e autoritário de Bolsonaro, o local escolhido desistiu de receber o evento e grandes patrocinadores não quiseram mais ser vinculados ao presidente. Por isso, a alteração da viagem para Dallas, no Texas.
O controverso prêmio também havia motivado a desaprovação do prefeito de Nova York, Bill de Blasio. Questionado sobre a mudança de destino, Bolsonaro disse que ainda pretende ir à cidade, ‘se o prefeito deixar o poder’.