Dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Nova Central Sindical (NCST) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) se reuniram nesta terça-feira (21) com parlamentares do PCdoB, PT, PDT e PTdoB, na Liderança da Minoria da Câmara, para traçar uma estratégia de mobilização nacional contra a Reforma da Previdência, proposta pelo governo Temer no final de 2016.

“O governo quer acelerar a tramitação dessa proposta. E se for aprovada da forma que está acabará com a aposentadoria dos trabalhadores. Diante disso, discutimos uma agenda de sensibilização de pontos essenciais dessa reforma, com um calendário de mobilização tanto interno como externo, pois não podemos permitir que esse texto passe”, afirma o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA).

Um dos pontos sensíveis para os deputados e trabalhadores trata da aposentadoria rural. O texto de Temer iguala as regras dos trabalhadores rurais aos urbanos. Com isso, homens e mulheres do campo terão de atingir idade mínima de 65 anos e 25 de contribuição. Hoje, produtores e trabalhadores rurais, seringueiros, pequenos extrativistas, pescadores artesanais, por exemplo, podem se requerer a aposentadoria ao completarem 60 anos, no caso de homens, e 55, mulheres, bastando a comprovação do trabalho no campo e tempo de contribuição a partir de 15 anos.

Para a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 é a mais desumana já enviada ao Congresso. “No campo, quase 90% das pessoas ficarão de fora do benefício. Não podemos permitir. Essa reunião montou uma estratégia de ação para garantir a derrota da reforma”, aponta Jandira.

A expectativa do presidente da Contag, Alberto Broch, é que a pressão popular somada ao apoio de parlamentares progressistas garanta a derrota da matéria. “A Reforma da Previdência é o maior mal que atingirá os trabalhadores se o Congresso não mudar o foco da proposta. Precisamos unir todas as forças contra essa proposta. Precisamos tomar as ruas e combater com todas nossas forças esse retrocesso.”