Um grupo de deputados da oposição entrou nesta segunda-feira (13) com requerimento solicitando a criação de uma comissão externa temporária, para fiscalizar e propor providências acerca da apuração do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips na região do Vale do Javari, na Amazônia.

O documento é encabeçado pela deputada indígena Joênia Wapichana (Rede) e subscrito por parlamentares de diversos partidos, entre eles os comunistas Orlando Silva e Alice Portugal.

Segundo o requerimento, o “caso não pode ser tratado com indiferença” e que é “necessário o envio de todos os recursos possíveis para que se tenha uma rápida solução”.

“Diante de toda essa escalada de violência contra os povos indígenas, seus apoiadores, os protetores ambientais, a Câmara dos Deputados tem o dever de acompanhar e fiscalizar como estão sendo desenvolvidas as ações governamentais para desvendar as circunstâncias do desaparecimento”, diz o texto.

Plenário

Na sessão plenária desta segunda, vários deputados também se manifestaram sobre o desaparecimento do jornalista e do indigenista, cobrando ações dos órgãos competentes para combater a violência na região e fizeram duras críticas sobre a resposta do governo Bolsonaro ao caso.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, se disse indignado com a leniência do governo, “que foi muito lento para tomar as providências adequadas para fazer a busca” e manifestou sua “revolta com a naturalização da violência no Brasil”.

“O presidente [Bolsonaro] age para legitimar e naturalizar a violência em todos os planos, violência que alcança os povos indígenas e que alcançou essas duas vidas. Isso é uma vergonha para o nosso país”, disse.

Orlando afirmou que o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira “é um acontecimento que entristece não apenas seus familiares, seus amigos, mas macula a imagem do Brasil”.

Em suas redes sociais, a deputada Alice Portugal PCdoB-BA) também criticou a falta de empenho da gestão atual e lembrou que “as autoridades agora precisam responder o que aconteceu”. “Lutaremos por respostas!”, escreveu no Twitter.