A quinta-feira (23) começou movimentada na Câmara dos Deputados. Deputados da Oposição já amanheceram nas articulações para barrar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020 na comissão especial que analisa o tema.

A reunião foi remarcada após tentativa de golpe na noite de quarta-feira (22), com a apresentação de novo relatório às 21h, sem conhecimento dos parlamentares. A descoberta do novo texto movimentou o plenário e culminou no encerramento da reunião.

Membro do colegiado e uma das coordenadoras da Frente Parlamentar do Serviço Público, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) denunciou as manobras governistas.

“Essa é a PEC da destruição do serviço público, que tenta privatizar, terceiriza a mão de obra do setor público, prejudica o professor e os mais pobres, retira a garantia do SUS público e gratuito. É isso que eles querem aprovar. Ontem, apresentaram novo relatório na surdina. Um golpe! Mas a verdade é que eles não têm votos”, pontuou.

Desde o fim da reunião de quarta-feira, o governo trocou ao menos oito membros da comissão especial. Isso porque a própria base está dividida em relação aos textos apresentados pelo relator, deputado Arthur Maia (DEM-BA).

“Estamos na resistência. O governo manda uma PEC que destrói o serviço público. E nós não podemos aceitar isso. O governo mente quando diz que é para mexer nos privilégios. O governo não tem os 308 votos pra aprovar no Plenário. Por isso que eles estão demorando até para vir à comissão”, destacou a parlamentar.

Na manhã desta quinta-feira, a página da comissão especial registrou a sétima versão do relatório da reforma administrativa na tentativa de angariar apoio ao texto. No entanto, mesmo partidos como MDB e o próprio PSL teceram críticas ao texto.

Além dos partidos da Oposição, já fecharam questão contra o texto partidos como PV e Solidariedade.