Após defender recontagem dos mortos por Covid-19, ao declarar que os números estariam inflados, o empresário Carlos Wizard anunciou, neste domingo (7), sua saída do conselho do Ministério da Saúde e afirmou que recusou o convite para virar secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da Pasta.

“Informo que hoje deixo de atuar como conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono [sem salário]”, afirmou em rede social. “Agradeço ao ministro [interino da Saúde] Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima. Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da Covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”, escreveu.

Em entrevista ao jornal O Globo no final de semana, Wizard afirmou que o governo iria recalcular os mortos pela Covid-19, engrossando as indicações da gestão de Jair Bolsonaro no sentido da omissão e manipulação de informações sobre a pandemia.

As declarações de Wizard geraram nas redes sociais movimentos de boicote às marcas ligadas ao empresário. Usuários citaram marcas como a rede varejista de produtos naturais Mundo Verde, comprada por ele em 2014.
Durante a semana, a equipe de comunicação da escola de inglês Wizard disparou e-mails para a imprensa afirmando que a rede de ensino não tem hoje nenhum vínculo com o empresário Carlos Martins.

“E lá se vai mais um que nem chegou a ser: Carlos Wizard. Destrambelhamento geral do governo Bolsonaro enquanto a Covid-19 segue matando mais gente a cada dia”, afirmou o vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado Márcio Jerry (MA).

A líder da legenda, deputada Perpétua Almeida (AC), também ironizou a saída do empresário. “Aquele que foi sem nunca ter sido. Mais um que corre”, escreveu em sua rede social.