Uma hora antes do início da sessão que votará a cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), menos de 300 parlamentares tinham registrado presença no painel do Plenário da Câmara. Em entrevista coletiva, a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), critica a ausência de parlamentares do PMDB e do PSDB. Até o final da sessão deliberativa extraordinária – encerrada às 16h59 – Apenas 13 deputados, dos 66 do PMDB, estavam presentes na Casa; enquanto 32 dos 50 PSDB haviam registrado presença.

“Nossa expectativa é ter quórum para votar a cassação. Mas eles [base do governo] precisam colocar suas bancadas inteiras na Casa. Queremos concluir esse capítulo da Câmara. Independentemente de a gente considerar que o impeachment de Dilma surgiu por vingança de Cunha, o que nos leva a cassá-lo não é uma questão política, mas jurídica e a quebra de decoro”, afirma a parlamentar.

Para o líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), “ arsenal de manobras de Cunha” para protelar a decisão de sua cassação chegou ao limite. “Não dá mais para protelar essa decisão. Queremos analisar o relatório do Conselho de Ética e acabar com a influência de Eduardo aqui dentro.”

Em junho, por 11 votos contra 9, integrantes do Conselho de Ética aprovaram o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação de Eduardo Cunha por ter ocultado contas bancárias no exterior e mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras. O relatório foi validade pela Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania (CCJC) e agora segue para deliberação do Plenário.