Nesta semana será retomado o Acampamento pela Democracia, em Brasília, e os atos contra o golpe no país inteiro. “Estaremos, no dia 29, nas ruas e também no Senado para acompanhar o depoimento da presidenta, resistindo até o último momento”, avisa Luciana Santos, deputada federal por Pernambuco e presidente nacional do PCdoB.

Nos últimos capítulos do processo de impeachment de Dilma, movimentos sociais e líderes políticos terão intensa agenda de manifestações pelo país. A atenção da sociedade estará voltada para o Congresso Nacional. Mais precisamente, com o olhar no Senado Federal, onde Dilma fará pessoalmente sua defesa na segunda-feira (29) no Plenário da Casa.

As atividades contra o golpe já se iniciaram e seus organizadores prometem fazer muito barulho para denunciar a efetivação de um grave ataque à democracia. Vale lembrar que foram mais de 54 milhões de votos que reconduziram a presidente ao Palácio do Planalto nas eleições de 2014.

Desde então, a oposição tentou, de todas as formas, afastar a presidente para desconstruir os programas de inclusão social desenvolvidos em sua gestão e na do governo Lula (2003-2016). Nos primeiros 100 dias à frente do Executivo, o interino golpista Michel Temer enxugou as contas públicas. Graças à imposição do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o saldo negativo será enfrentado com cortes de direitos sociais e trabalhistas. O trabalhador pagará a conta do golpe.

Segundo a deputada Luciana Santos, Temer impõe a agenda da direita para “desnacionalizar a economia, retirar direitos e conquistas. Medidas mais acentuadas que nos tempos de FHC, exatamente porque não precisou passar pelo crivo popular”. Conforme Luciana, se o golpe for consolidado pelos senadores, “o povo estará nas ruas, em resistência contra essa agenda ultraliberal”.          

Diante da possibilidade de aprofundamento da crise econômica, a Frente Brasil Popular afirmou em nota que irá resistir ao “golpismo“ nestes dias que antecedem o julgamento final.  O coletivo formado por partidos políticos, entidades sindicais, movimentos estudantis e culturais prepararam uma contraofensiva aos conservadores que, na atualidade, são maioria no Congresso.

De acordo com o presidente nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, “é dever moral de cada um de nós enxergar que esta luta se tornou questão de sobrevivência".

O sindicalista acrescenta que há um processo de demonização da política e dos partidos, liderado por setores da mídia, “sob a luz do ódio e do preconceito”. “Eles tentam massacrar, quebrar a espinha dorsal do campo democrático popular”.

 Para Dilma, que esteve presente na noite de terça (23), no ato em defesa da democracia e dos direitos sociais na Casa de Portugal, no centro de São Paulo, “nós viemos de 20 anos de ditadura, ganhamos e achamos que estávamos bem. Mas temos de lutar todos os dias. Nós ganhamos algumas lutas nesse processo. A primeira foi que os movimentos sociais, os partidos progressistas, os artistas, as mulheres, todos nós fomos capazes de formar uma grande frente de resistência, que está aqui”, afirmou.

O coordenador da Frente Povo sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse na ocasião que Temer e sua “turma de golpistas estão brincando com fogo. Se este golpe for vitorioso vai se abrir a porteira de um longo período de instabilidade”, avaliou.

Em 29 de agosto, dia em que Dilma será julgada no Senado, será convocado um dia nacional de luta contra o golpe, com uma grande concentração ocorrendo em Brasília. Um acampamento será montado no local ao lado do Estádio Nacional Mané Garrincha.

O “muro da vergonha” também está de volta. A extensa barreira de metal erguida para separar contrários e a favor de Dilma foi novamente montado na Esplanada dos Ministérios. 

Agenda contra o golpe em Brasília

Quinta-feira (25/08) – Buzinaço, concentração na Catedral, às 17h30.

Sábado (27/08) – Ensaio geral da Batucada Feminista, Museu da República, às 15h.

DIA 29/08 (segunda-feira) – Dia nacional de luta em defesa da democracia e dos direitos

8h – Recepção da presidenta Dilma Rousseff em frente ao Senado.

10h – 16h – Programação político-cultural no Acampamento em defesa da democracia e dos direitos, ao lado do Ginásio Nilson Nelson.

18h- Ato político nacional em Defesa da Democracia e dos Direitos em frente ao Senado Federal.

Mais informações:

Frente Brasil Popular

Povo Sem Medo

Com Agência CTB e Rede Brasil Atual