Dilma Rousseff foi aclamada na abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres na tarde de terça-feira (10). Em seu discurso, ela disse que é uma “figura incômoda,” mas que vai se manter de “cabeça erguida” e lutará com todas as suas forças para que o seu mandato termine somente no dia 31 de dezembro de 2018. A presidenta afirmou ainda que está “cansada de desleais e traidores”, mas que isso impulsiona ainda mais a sua luta. Para ela, a história dirá “o quanto de violência contra a mulher” há neste processo de impeachment.

De acordo com a deputada Luciana Santos (PE), que é presidenta nacional do PCdoB, a conferência ocorreu em um momento delicado da política brasileira. “Então, torna-se um espaço privilegiado para denunciar o golpe contra a primeira mulher a presidir nosso país e para reafirmar a nossa disposição para defender a democracia”, afirmou.

Recebida com muito carinho pelas delegadas presentes, Dilma reafirmou que não cederá ao golpe e não renunciará ao seu mandato. “A história vai mostrar como o fato de eu ser mulher me tornou mais resiliente, mais lutadora. Queriam que eu renunciasse. A renúncia jamais passou pela minha cabeça. Asseguro a vocês que eu vou lutar com todas as minhas forças usando todos os meios disponíveis, meios legais, meios de luta”, disse.

Dilma lembrou que não há nenhuma acusação de usar indevidamente o dinheiro público. “Todos os decretos dizem respeito a práticas límpidas, limpas, corretas. Se aplicado esse mesmo princípio, vários governadores do Brasil teriam também de sofrer processo de impeachment”.

Ela também criticou as propostas do Plano Temer, que promete eliminar as obrigações dos gastos em saúde e educação e desvincular os benefícios do salário mínimo, entre outros retrocessos.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), líder da legenda no Senado, prestou sua solidariedade à primeira mulher eleita presidenta da República, que está sendo afastada do poder sem cometer nenhum crime. “Não permitir retrocessos” foi lema do encontro que reuniu representantes de todos os estados brasileiros num processo de mobilização que envolveu mais de 150 mil pessoas.

Dilma foi saudada pelo plenário da conferência que em uníssono entoava “fica, querida” e enfatizou que seguirá lutando pelo seu mandato e pela democracia. “Carrego comigo os 63 milhões de brasileiros que não tinham atendimento médico e agora têm pelo Mais Médicos. Carrego em mim a força de vida dos 33 milhões de brasileiros que saíram da pobreza. Carrego comigo a força das mulheres e também dos homens que se tornaram protagonistas dos seus direitos nos últimos 13 anos". 

Outras parlamentares comunistas, como Alice Portugal (BA), Angela Albino (SC), Jô Moraes (MG) e Jandira Feghali (RJ), aproveitaram também o evento para reforçar o apoio à Dilma.

Com informações da Assessoria de Comunicação da deputada Luciana Santos e do Portal Vermelho.