Há 192 anos, no dia 02 de julho de 1823, mulheres, homens, negros e índios encabeçaram uma guerra civil para pôr fim ao domínio português que resistia em território baiano – mesmo após a declaração de Independência do Brasil, em 07 de setembro de 1822. As lutas travadas na Bahia expulsaram definitivamente as tropas portuguesas do país e consolidaram a emancipação política brasileira. Esta história está contada na exposição “Dois de Julho — A Independência do Brasil na Bahia”, proposta pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e inaugurada pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24).

“Há um desconhecimento muito grande da importância dessa data para a confirmação da Independência do Brasil. Os livros de História ficaram muitos anos sem registrar este episódio. Com muita luta, conseguimos colocar este dia no calendário nacional. Agora, a ideia é dar mais visibilidade para uma data que é um marco comemorado nas ruas da Bahia todos os anos”, explica a parlamentar, autora do projeto de lei que originou a Lei 12.819/13, que inclui o dia 02 de julho no calendário das efemérides nacionais.

A batalha consolidou o nome de Joana Angélica, Maria Quitéria e outras personalidades que participaram dos conflitos que resultariam na derrota portuguesa. Os personagens ficaram conhecidos como “heróis da independência”. A resistência é celebrada anualmente na Bahia, marcando uma das maiores festas cívicas do estado.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), o episódio baiano reflete a luta cotidiana da população brasileira. “Passasse sempre a ideia de que o povo brasileiro é passivo, mas já houve – e há – muita luta. O 02 de julho precisa ser contado a partir da participação popular. Vozes se levantaram defendendo a autonomia do nosso país e esta é uma luta de cada dia, até hoje. Foi um momento de união de forças dos mais diversos setores populares, que resultou na vitória daquelas que defendiam a independência do Brasil. Se pensarmos nos dias de hoje, a mobilização popular continua sendo fundamental para a garantia dos direitos adquiridos pelos brasileiros”, afirma.

A exposição ficará na Câmara até o dia 12 de agosto e poderá ser visitada das 9h às 17h no corredor de acesso ao Plenário da Casa. As imagens foram cedidas por instituições e museus, como a Secretaria de Cultura da Bahia, Fundação Pedro Calmon, Arquivo Público do Estado da Bahia, Biblioteca Pública do Estado da Bahia, Palácio Rio Branco, Memorial da Câmara Municipal de Salvador, Convento da Lapa, Museu Histórico Nacional, Museu Imperial e Museu Paulista.