Modelo de conversor digital é definido pela Anatel
O Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), responsável pelo processo de transição do sistema analógico para o digital, decidiu, na última sexta-feira (15), pelo conversor de TV digital com padrão Ginga C. O modelo traz limitações, mas poderá permitir acesso a serviços como agendamento de consultas médicas e busca por vagas de empregos, além das informações habituais da programação de televisão e interatividade com a produção exibida naquele momento. A ideia é beneficiar 14 milhões de famílias que integram o programa Bolsa Família.
A proposta do aparelho escolhido foi apresentada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na busca de consenso entre as demandas do próprio governo, que queria interatividade plena, e dos radiodifusores privados e teles, que defendiam uma opção mais barata. A proposta técnica da Anatel se baseia em uma combinação de especificações. Como é uma proposta nova, ainda não há cotação do aparelho. A principal novidade do modelo definido é que ele não terá de fábrica um modem para o canal de retorno, mas terá possibilidade de receber esse módulo posteriormente.
Renata Mielli, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, destaca que a digitalização da TV é “a última barreira receptor-emissor”. “A televisão passa a ser mais um dispositivo de acesso à internet com interatividade, reduzindo um gargalo de infraestrutura fundamental na meta de universalização”, afirma.
Para a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) é um avanço no processo de inclusão social e na democratização da comunicação. “O direito humano à comunicação precisa de decisões políticas que possibilitem às pessoas o exercício da sua cidadania, a economia de tempo e até mesmo colabore com a sua formação. Vamos passar a dar maior qualidade de vida para as pessoas”, diz.
O desligamento do sistema analógico está definido na Portaria Nº 477/2014. De acordo com o documento, o sistema começa a ser desligado em 29 de novembro deste ano. O município de Rio Verde (GO) será o piloto. A primeira capital a deixar de receber o sinal analógico será Brasília, em abril de 2016, seguida por São Paulo, em maio do mesmo ano, Belo Horizonte, em junho, e Goiânia, em agosto. Todas as cidades terão o sinal desativado em novembro de 2018.