Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (25), na Câmara dos Deputados, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, apresentou os planos, programas e projetos da Pasta aos parlamentares da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI). Para Rebelo, a área é estratégica para o desenvolvimento do país.

"É estratégica no sentido econômico e também no sentido da defesa e soberania do país. A melhor forma de proteger o Brasil e o interesse nacional é pelo fortalecimento científico e tecnológico. O que o Brasil investe nessa área representa 1,24% do Produto Interno Bruto, sendo que em países desenvolvidos esse índice é maior do que 2%”, alerta, o ministro, reforçando a importância dos investimentos no setor.

Segundo o ministro, o Brasil está perdendo a capacidade de inovar tecnologicamente, e, por isso, perde também sua capacidade industrial e a competitividade. “Estamos exportando mais produtos de baixa tecnologia e menos produtos de alta tecnologia.”

Estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) corrobora com a declaração de Aldo. De acordo com os dados, houve aumento de 28,7% nas exportações da indústria de transformação em 2014, em relação ao registrado em 2006. Esse incremento, no entanto, corresponde apenas aos setores intensivos em recursos naturais de baixa tecnologia.

Para a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), o desafio agora é investir em áreas de maior valor agregado. “Hoje, o Brasil ocupa a sétima posição entre as maiores economias do mundo, mas ainda acumula déficit na exportação de tecnologia. Precisamos nos inserir urgentemente nas cadeias produtivas de mais valor agregado, investindo em pesquisa no ensino superior”, afirma.

Apesar do atual cenário, o ministro afirmou que a situação do Brasil na área está melhorando ao longo dos anos. “Hoje, temos um sistema consolidado de institutos de pesquisa e universidades e pesquisadores com alta capacidade. Os recursos para a pesquisa têm sido ampliados. Temos uma indústria de ponta na área agroindustrial e aeronáutica”, diz. Além disso, segundo ele, o orçamento da área também tem sido ampliado ao longo dos anos. No encontro, o ministro destacou ainda a importância da aprovação do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (PL 2177/11). O texto está na pauta do Plenário da Câmara para ser votado e então seguir para o Senado.

Para estimular a inovação tecnológica de acordo com as potencialidades de cada região, o ministro e o presidente da CCTCI irão organizar uma série de audiências públicas em estados brasileiros.