Dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) procuraram a Bancada do PCdoB na Câmara, nesta quinta-feira (5), para falar sobre os ajustes fiscais propostos nas Medidas Provisórias 664 e 665, que mudam as regras na concessão da pensão por morte e do seguro-desemprego, respectivamente. As MPs fazem parte das ações anunciadas pelo Executivo no final de 2014 para gerar uma economia nos cofres públicos de R$ 18 bilhões em 2015.

Na visão da central sindical, as medidas prejudicarão muitos trabalhadores. “Precisamos ter uma política justa. O trabalhador que ganha R$ 1,7 mil tem taxação de 18%. O leão leva mais do que a pessoa efetivamente ganha. Além disso, com as novas regras das medidas, e diante da alta rotatividade do setor de serviços, para dar um exemplo, grande parcela desses trabalhadores não terá direito ao seguro-desemprego”, afirma Adilson Araújo, presidente da CTB, em referência à proposta de aumentar o acesso ao seguro-desemprego de 6 para 18 meses.

Para ele, o caminho deveria ser o inverso: taxar as grandes fortunas e tirar o peso do trabalhador nos ajustes fiscais.

A bancada comunista tem se posicionado publicamente contrária aos ajustes nos direitos sociais do trabalhador, principalmente no que se refere ao seguro-desemprego. A posição não foi diferente na reunião.

“Não temos dúvida de que é preciso sinalizar o ajuste também para os mais ricos”, disse Jandira, adiantando a proposta de tributação de grandes fortunas. Para ela, “há caminhos para que se possa tributar com justiça quem tem mais patrimônio no país”, como o PLP 10/2015.

Também estiveram presentes os deputados Alice Portugal (BA), Chico Lopes (CE), Daniel Almeida (BA), Davidson Magalhães (BA), Jô Moraes (MG), Orlando Silva (SP) e Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB.