A bancada do PCdoB quer que seja apurada e esclarecida a presença de brasileiros entre os clientes que abriram contas consideradas irregulares no HSBC da Suíça. O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) fez requerimento com pedido formal para que seja apurada a presença de brasileiros na lista de contas irregulares abertas pelo banco HSBC na Suíça. Segundo ele, ainda não se conseguiu dar ao caso, no Brasil, a dimensão real que tem, como um dos maiores escândalos de corrupção do mundo.

O deputado também questiona se a Receita Federal abriu investigação quanto às pessoas jurídicas e físicas domiciliadas no Brasil e que teriam contas no HSBC na Suíça. “Se há inquérito, queremos saber quais procedimentos foram adotados e se já há resultados desse trabalho de apuração”, destaca o deputado Chico Lopes, apontando que a sociedade brasileira tem direito a essas informações

Para Jandira Feghali, líder do PCdoB na Câmara, o Governo Federal deve combater a sonegação com mãos de ferro. “Hoje, a desmedida evasão de divisas é alimentada pelo capital financeiro. Para piorar, são todos aliviados por uma imprensa de joelhos, além de um modelo tributário frouxo com quem tem maior patrimônio. É oportuno apontar que estes bilhões de reais não tributados no Brasil e que repousam placidamente na Suíça poderiam irrigar a arrecadação da União, hoje uma prioridade para manter as contas públicas”.

São 106 mil clientes de 203 países com conta no HSBC. Essa listagem foi retirada do banco por Hervé Falciani, um ex-funcionário da instituição, e entregue a autoridades francesas em 2008. Em 2010, o governo da França passou a compartilhar o acervo vazado do HSBC com outros países que demonstraram interesse –não foi o caso do Brasil até o SwissLeaks vir à tona, em fevereiro deste ano.

De acordo com o site de notícias da UOL, o governo federal não tem a listagem completa dos 8.667 brasileiros que eram correntistas do HSBC na Suíça em 2006 e 2007. A Receita Federal afirma estar em contato com autoridades europeias para obter os dados, em atuação coordenada com o Banco Central e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).