O samba é arte. Pode ser samba-enredo, de roda, de coco, samba rock ou funk. Pode ser de breque, exaltação, sincopado, miudinho ou samba-canção. É considerado elemento fundamental da música popular e definidor da identidade cultural brasileira e por isso tem um dia em sua homenagem no calendário nacional. Para celebrar o Dia Nacional do Samba, a Comissão de Cultura realizou na terça-feira (2) um “Manifesto Cultural”, com o grupo Heróis do Botequim e com Caçula do Pandeiro. Além da homenagem, a ideia era pressionar a votação da Proposta de Emenda à Constituição 421/14, que destina 2% dos recursos da União, 1,5% dos estados e do Distrito Federal e 1% dos municípios para a cultura brasileira.

“O dia do samba precisa servir como manifesto em defesa da cultura nacional. É isso que estamos fazendo aqui, pedindo a aprovação da PEC 421/14, antiga 150/03, que garante o percentual fixo de recursos para a cultura. Dois por cento do orçamento da União é muito pouco, mas é muito para quem não tem quase nada”, afirma a presidenta da Comissão de Cultura, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

A PEC 421/14, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), substitui a PEC 150/03, que teve seu prazo de emendas esgotado. O texto, assim como o da antiga PEC, prevê a vinculação de 2% da receita de impostos para a cultura, mas a ser implementada de forma progressiva.

“Queremos garantir recursos para a cultura e o meio encontrado para que a matéria chegue a ser votada e que nada impeça sua aprovação foi o escalonamento. Dessa forma, esta vinculação se dará paulatinamente”, explica a autora da matéria e líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali.

Para Diogo Noleto, membro do grupo goiano Heróis do Botequim, a luta por recursos para a cultura é essencial, sobretudo, para a valorização do samba no país. “Apesar de ser reconhecido como o ritmo brasileiro mundo afora, a gente precisa dar um pouco mais de atenção ao samba. Aqui dentro a gente não consegue tanto recurso como poderia ter. Outros gêneros musicais hoje têm mais apelo comercial então o samba acaba sendo deixado um pouco de lado”, conta Noleto.

Comemorado em 2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba teve como inspiração Ary Barroso. A data surgiu por iniciativa do vereador baiano Luís Monteiro da Costa para homenagear o compositor de “Na Baixa do Sapateiro”, que compôs o sucesso sem nunca ter posto os pés na Bahia. No dia 2 de dezembro de 1940, Barroso visitou Salvador pela primeira vez e marcou a data em homenagem ao gênero musical que caracteriza o país. Em 1963, a data entrou para o calendário nacional.

De Brasília, Christiane Peres