Jandira Feghali*

Luz, câmera e ação! Sob os holofotes da mídia, líderes da oposição começaram nova etapa no Congresso. Desta vez, o roteiro de ataques à presidenta reeleita Dilma Rousseff envolve a suposta “improvisação” do governo federal no que se refere à meta de superávit primário em 2014.

Por trás de planilhas de arrocho fiscal, essa legião de parlamentares ignora as acertadas razões do Palácio do Planalto. O objetivo central da equipe de política econômica de Dilma é adotar medidas para sustentar a geração de emprego e renda, garantindo o presente e construindo um futuro melhor para 202,7 milhões de brasileiros. Vale lembrar que os governos Lula e Dilma promoveram a geração de 20,6 milhões de empregos, mais do que o dobro dos antecessores: 8,3 milhões entre 1985 e 2002. O desemprego também atingiu o menor nível histórico no Brasil.

A questão é bem mais complexa do que o discurso simplista de alguns parlamentares em Brasília. Para cumprir a meta estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, considerando as desonerações e os investimentos já iniciados, o governo federal será obrigado a cortar investimentos, pagamentos de convênios com Estados e municípios, e renúncias tributárias, que objetivam aliviar e estimular o setor produtivo. Isso sem falar que essa legislação tem como referência também as metas de estados e municípios. Essas ações têm sido fundamentais para a redução dos efeitos da crise financeira internacional no país. Enquanto outras economias estão profundamente fragilizadas pelo mundo afora desde 2008, os governos Lula e Dilma estão conseguindo proteger a população brasileira dessa que é a maior crise econômica desde 1929.

Nesse cenário, a direção escolhida pelo governo federal tem amplo respaldo da sociedade. O recado das urnas foi claro. A presidenta não tem margem para ignorar a agenda política proposta pelas ruas. Ao contrário dos opositores e dos banqueiros que querem o aumento do superávit, o povo quer o aprofundamento de políticas sociais que asseguraram conquistas históricas, como a redução de 50% da fome e de 75% na pobreza extrema no país. Os eleitores disseram “não” à política de cortes e de estrangulamento de direitos.

É inaceitável, portanto, o fato de tentarem pressionar Dilma a seguir o receituário tucano do final da década de 90, quando o desemprego foi às alturas e os salários para o chão. Nem mesmo a pressão de segmentos da mídia que tentam impor nomes “confiáveis” do mercado financeiro para postos-chave da economia fará a presidenta mudar o rumo. O foco é e sempre será o que é melhor para o povo brasileiro. Sendo assim, a Bancada do PCdoB no Congresso está mobilizada para enfrentar essas tentativas de manutenção de um terceiro turno eleitoral no país. 

*Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados