Deputados avaliam que não há espaço para pautar projeto da anistia

A bancada bolsonarista na Câmara dos Deputados tentará mais uma vez nesta semana obstruir os trabalhos para exigir que seja pautado o projeto da anistia aos golpista do 8 de janeiro, mas não há clima e nem espaço para que essa matéria seja votada.
Pesquisa Quaest revelou que 56% dos brasileiros são contrários à anistia aos envolvidos na invasão e depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes.
O levantamento foi divulgado neste domingo (6), mesmo dia do ato bolsonarista na Avenida Paulista que flopou, como dizem na linguagem das redes para eventos que reúnem pequeno público.
“Bolsonaro esperava levar 500 mil pessoas à Avenida Paulista, em sua desesperada busca por anistia. Nem 10% apareceram. O Brasil não quer mais perdoar golpistas”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
“Quando enfim acertar suas contas com a Justiça, não vai deixar saudade alguma. Já vai tarde, Bolsonaro”, diz a parlamentar.
Para o vice-líder do governo no Congresso, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), Bolsonaro e seus aliados vivem em um ciclo constante de contradições. “Quando é conveniente, incitam um golpe de Estado e atacam as instituições brasileiras; quando são incriminados, negam tudo, mas continuam pedindo anistia. Não há perdão para quem ataca a democracia”, criticou.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que foi um ato fracassado. “Toda estrutura do Tarcísio (governador de São Paulo) não garantiu público. Os governadores que lá foram estão solidários com quem tentou destruir a democracia. Não se está discutindo o tamanho das penas dos condenados – o fato é se os generais e Bolsonaro vão ou não pra cadeia. Não pode só os magrinhos pagarem por esses crimes”, disse.
Na avaliação do líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), a baixa adesão só reforçou, para os líderes da Casa que “não ‘há clima’ para dar andamento à anistia de Bolsonaro e dos golpistas do 8 de Janeiro.”
“Cinquenta e seis por cento são contra a anistia; 67% não querem que Bolsonaro seja candidato; Lula vence em todos os cenários e o ex-presidente é o político mais rejeitado do país”, diz Lindbergh.