Foi instalada nesta quarta-feira (6) a comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que vai apurar denúncias de formação de cartel, corrupção de autoridades e ilícitos em contratos de obras e manutenção de linhas nos metrôs de São Paulo durante governos do PSDB. Apesar de já estar instalado, o colegiado não poderá dar início às investigações porque ainda não definiu os parlamentares que irão presidir e relatar a comissão.

A primeira reunião da CPMI mista do Metrô foi marcada por diversos questionamentos regimentais de governistas e oposicionistas. No primeiro momento o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)  e o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) alegaram falta de quórum para considerar inválida a instalação da CPI.  O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão, alegou que a regra citada pelos tucanos só vale para sessões plenárias do Congresso, não para CPIs.

Após instalada a sessão, como o senador João Alberto (PMDB-MA), que foi indicado pelo PMDB para assumir a presidência, não estava presente, e os parlamentares acharam melhor adiar a reunião. O senador alegou "urgência" para viajar ao seu estado e não comparecer à reunião.

A expectativa do deputado Gustavo Petta, do PCdoB de São Paulo, suplente da CPI,  é que o colegiado possa iniciar os trabalhos o quanto antes para que a comissão cumpra o papel de investigar  as denuncias. “É importante dizer que a população de São Paulo precisa de uma resposta do por que o Metrô de São Paulo teve sua expansão tão limitada nos últimos anos. Todas as grandes metrópoles do mundo têm linhas de metrô de 200, 300, 400 km e em São Paulo só tem cerca de 80 km. Esse é um dos problemas que causa transtorno na cidade”, afirma Petta.

A eleição do presidente e relator da  CPI ficou marcada para 2 de setembro, às 14h. Para o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), membro da comissão, os trabalhos devem se iniciados o mais breve possível e encerrado também com a mesma rapidez. “A celeridade é uma questão fundamental. É preciso provar autoria e materialidade daqueles responsáveis e não deixar sobre o manto de suspeita toda a estrutura governamental do estado de São Paulo”.

As investigações contar com 13 senadores e 14 deputados, com sua grande maioria da base aliada ao governo. O pedido para a criação da CPI foi feito em maio. O prazo previsto para as averiguações é de 120 dias.
A CPMI do Metrô será a terceira comissão de inquérito em funcionamento no Congresso Nacional. Duas CPIs – uma restrita a senadores e outra mista (com participação também de deputados) – investigam irregularidades na Petrobras, com foco na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela petroleira. A negociação é suspeita de superfaturamento pelo Tribunal de Contas da União.

De Brasília, Tatiana Alves