O acesso à universidade chegou para 1,27 milhões de estudantes em todo o Brasil. Esse é um dos dados que marcam os dez anos do Programa Universidade para Todos (ProUni), criado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para debater os avanços e desafios do programa, representantes do governo federal, das faculdades e universidades particulares e da União Nacional dos Estudantes (UNE) participaram de seminário na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (20). Na avaliação dos participantes o ProUni permitiu a inclusão social dos alunos de baixa renda, mas é preciso aperfeiçoá-lo.

Para o deputado e ex-presidente da UNE, Gustavo Petta (SP), autor do pedido de realização do seminário “Dez anos do ProUni – Balanços e Perspectivas”, os números demonstram “concretamente o papel inclusivo do programa que ampliou o acesso dos jovens de baixa renda ao ensino superior”.  

Desde que o programa foi implementado, 396.050 mil bolsistas se formaram no ensino superior. O ProUni consiste na concessão de bolsas que variam de 25 à 100 por cento no valor dos cursos de graduação em universidades privadas. Os principais critérios utilizados são a renda familiar – que não pode ultrapassar três salários mínimos -, ser professor da rede pública de ensino básico e ter cursado o ensino médio em escola pública, integral ou parcialmente.

O valor total aplicado pelo Ministério da Educação (MEC), segundo o secretário de Educação Superior, Paulo Speller, passou de 500 milhões em 2012. “Até maio deste ano 49.899 mil estudantes tiveram acesso a bolsas de 50% pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).”

A presidente da UNE, Virgínia Barros, disse que o Brasil não precisa mais olhar a universidade como um espaço da elite. “Um dos desafios é concentrar a oferta de bolsas em áreas carentes no mercado de trabalho visando o desenvolvimento do país.”

“Ampliar o ProUni, criando um Fundo Nacional de Assistência Estudantil com intuito de combater a evasão, mesmo dos que possuem bolsas integrais é fundamental”, afirmou o deputado Gustavo Petta. Um dos principais desafios apresentados pelo parlamentar no Projeto de Lei (PL) 7.480/2014 é a diminuição da carga mínima de estudo para quatro horas. “Assim evitamos que os trabalhadores abandonem o sonho da formação acadêmica. Podemos aplaudir e comemorar os dez anos do programa, mas a questão da permanência precisa ser enfrentada. É preciso incluir outras necessidades dos estudantes como o material didático, o transporte e alimentação”, destacou o parlamentar.

Assessoria de Comunicação
Liderança do PCdoB CD
Iberê Lopes, estagiário de Comunicação
Edição: Christiane Peres