A deputada lembrou que o caso noticiado pela imprensa de forma distorcida e, em manobra diversionista, tenta “virar o jogo” incriminando o ministro por exercer seu dever de mandar investigar as denúncias que lhes chegam.

A seu ver, ataques merecia o ministro se não cumprisse o seu dever de mandar investigar. “Se houve adulteração de material que embasa a denúncia, não tem o ministro, ilibado advogado, nosso colega, responsabilidade acerca da questão. É assunto de polícia”, afirmou.

“Nos jornais de hoje verificamos que esse gigante caso de denúncia de possível corrupção, que abrange sucessivos governos tucanos, infelizmente não teve o tratamento adequado por parte dos organismos estaduais, sendo que abrangeu milhões de dólares”, esclareceu.

Ela lembrou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recebeu relatório em que aponta que a alta cúpula nacional do PSDB teria recebido propina em licitações referentes à construção do metrô de São Paulo, com envolvimento das empresas transnacionais Alstom e Siemens.

“Um processo foi aberto nesse caso envolvendo a polícia e o Ministério Público do Estado de São Paulo, e, posteriormente, também foram mobilizados a Polícia Federal e o Ministério Público”, disse, observando que nem o ministério público paulista nem sua policia pouco ou nada fizeram.

Sobre as notícias divulgadas nos jornais desta quarta-feira (27), Alice Portugal disse ser fácil identificar diferenças nos dois documentos que a imprensa informa que houve adulteração. “Um é direcionado diretamente para o Sr. Jordan, nominal e singular; o outro é um documento plural, para diversos senhores, no qual a Siemens diz que, durante muitos anos, vem subornando políticos, na sua maioria do PSDB, e diretores do metrô em São Paulo e Brasília”.

Em sua análise, Alice Portugal considerou que a disputa de 2014 já começou. “Este é um capítulo da luta entre a continuidade do avanço e a tentativa de restauração do retrocesso. E mais, este fato mostra o tamanho da batalha que teremos no ano de 2014, revelando claramente que o combate à “corrupção”, para estes setores, só deve ser utilizado para o combate às conquistas dos governos Lula e Dilma”, disse.

Saiba mais – As denúncias remontam a 1998 e as propinas chegariam a cerca de 20 milhões de dólares e a mais de 600 milhões de dólares desviados. As empresas suspeitas de integrar um cartel que agia em licitações do Metrô e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) já são investigadas desde pelo menos 2008, quando o jornal The Wall Street Journal revelou que o Brasil também fazia parte de um inquérito internacional que apurava pagamento de propina pela Alstom e Siemens a funcionários públicos em pelo menos 11 países.

Essas investigações voltaram a ganhar evidência em julho deste ano depois que a Siemens decidiu admitir a existência do cartel, um conluio de empresas para fraudar preços, ao Cade.

Neste segundo semestre, a justiça suíça ameaçou arquivar o processo naquele país, depois que o procurador federal em São Paulo, Rodrigo de Grandis, “engavetou” por mais de cinco anos as apurações de pagamentos de propina pelas multinacionais Alstom e Siemens.


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Angela Romito