Daiana Santos quer instituir o Dia da Dança Afro-brasileira
A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) apresentou o Projeto de Lei (PL) 3420/24, para instituir o Dia Nacional da Dança Afro-Brasileira, a ser comemorado anualmente no dia 18 de agosto.
De acordo com o projeto, o objetivo é reconhecer a importância da dança afro-brasileira como mecanismo de resistência e luta da população negra no país, bem como suas tradições e contribuições culturais para a sociedade brasileira.
Na semana do dia 18 de agosto, prevê a proposta, serão realizadas ações destinadas a promover campanhas de conscientização sobre a cultura afro-brasileira, sobretudo no contexto das danças; divulgar boas práticas que promovem o respeito à vida da população afro-brasileira; implementar políticas de apoio às entidades que promovem e fomentam a cultura afro-brasileira, sobretudo no âmbito da dança.
“Ao longo da história, as danças afro-brasileiras foram alvo de perseguições, sendo muitas vezes proibidas e criminalizadas. No entanto, essas danças tornaram-se heranças ancestrais mantidas vivas pela comunidade negra, que as utilizava como forma de expressão e resistência contra o racismo e a opressão. O nosso PL também pretende promover a conscientização sobre a cultura afro-brasileira, o respeito à vida de negras e negros e a implementação de políticas de apoio às entidades e grupos de danças afro”, pontuou a parlamentar.
Para Daiana, a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, e a cultura é um meio importante para alcançar esses objetivos. “A valorização das danças afro-brasileiras é uma forma concreta de promover a diversidade cultural e a luta antirracista”, disse a deputada.
Por que 18 de agosto
A escolha da data é uma homenagem a Mercedes Baptista, primeira bailarina negra a compor o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que faleceu em 2014, aos 93 anos.
Nascida no Rio de Janeiro, ela se formou na Escola de Dança do Theatro Municipal e fundou sua própria companhia em 1953, o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, com a proposta de receber exclusivamente alunos negros e incorporar movimentos das tradições afro-brasileiras, como o candomblé, criando uma linguagem nova e única.
Mercedes inovou ainda ao levar o balé, influenciado pela cultura afrodescendente, aos desfiles das escolas de samba.