Nesta quarta-feira (24), a Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem às mulheres quebradeiras de coco babaçu. No Maranhão, o coco babaçu é um dos produtos mais relevantes economicamente no extrativismo vegetal do país. Considerado um dos segmentos mais ativos entre os povos e comunidades tradicionais do Brasil, o trabalho das quebradeiras de coco desempenha um papel fundamental nas esferas econômicas, sociais e ambientais.

Maranhense, o líder do PCdoB na Câmara, deputado Márcio Jerry, participou do evento e falou da importância do trabalho dessas mulheres no manejo de palmeiras nativas.

Na ocasião, Jerry prestou homenagem a Dadá e Dijé, duas grandes lutadoras do campo que deram nome ao prédio que abriga hoje a sede do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, no Centro Histórico de São Luís.

O parlamentar lembrou que a reforma e destinação do prédio ao movimento foi realizada durante sua gestão à frente da Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano do Maranhão, na gestão do ex-governador Flávio Dino.

“Importante homenagem que fazemos hoje a vocês e quero lembrar dessas mulheres que se dedicaram à luta do campo, à conservação e à produção sustentável para que sempre tenham como gerar renda a partir do coco babaçu e à garantia dos direitos para vocês, as quebradeiras de coco”, disse Jerry.

São mais de 300 mil mulheres que vivem da extração do coco babaçu e segundo o parlamentar há um desafio ao qual o movimento precisa estar atento: as tentativas de criminalização dos movimentos que lutam pela terra.

“Peço atenção das companheiras para levarem de volta ao Maranhão essa preocupação que eu divido com vocês. Na semana passada, de repente, apareceu aqui uma série de proposições estranhas, que visam introduzir um estado de violência institucionalizada no campo. São várias questões que são importantes de serem combatidas, porque estão atingindo a organização da classe trabalhadora no campo, e, nós que temos uma vinculação efetiva, orgânica, e da vida inteira, com esses movimentos vamos fazer aqui o bom combate denunciando essas tentativas de introduzir na legislação pontos que agravam a instabilidade e estimulam a violência no campo. O campo precisa de paz para produzir, para ajudar o Brasil a se desenvolver e nessa jornada cabe a agricultura familiar, as quebradeiras de coco, os grandes agricultores, o agronegócio, cabem todos. Tem terra para todo mundo e a gente precisa organizar para todo mundo produzir e para ter paz no campo”, destacou.