Nesta terça-feira (26), a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro informações sobre os processos arquivados pelos delegados Giniton Lages e Rivaldo Barbosa, suspeitos de envolvimento na morte da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

A solicitação visa avaliar o desarquivamento dos processos arquivados. Segundo a presidente da comissão, a solicitação foi feita considerando a possibilidade de que os delegados tenham “atuado, dolosamente, prevaricado, ou efetuado investigação precária e lenta, bem como opinado pelo arquivamento, nos casos de homicídios em suas áreas de atuação”.

O pedido tem como base a possível relação de ambos com a morte da ex-vereadora Marielle Franco. Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Lages é suspeito de acobertar o assassinato de Marielle e escreveu um livro sobre os bastidores das investigações do caso.

Já o ex-chefe da Polícia Civil carioca, Rivaldo é apontado no inquérito por supostamente ter ajudado a planejar o crime e obstruir os trabalhos policiais, de forma a proteger os autores de crimes cometidos por diversos contraventores, deste e de outros casos, em especial envolvendo milicianos e bicheiros.

Entre os crimes imputados a ele está o de participar de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A Comissão solicita as cópias dos inquéritos policiais que tiveram atuação dos delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, instaurados para apurar homicídios nas suas circunscrições, inclusive cópia dos respectivos laudos de necropsia psicológica emitidos nos referidos períodos.

Segundo o relatório da Polícia Federal, crimes cometidos por integrantes do grupo intitulado Escritório do Crime hibernaram na época em que Rivaldo Barbosa era chefe da Divisão de Homicídios do Rio (entre 2015 e 2018) ou depois que assumiu a chefia de Polícia Civil do Rio de Janeiro.

“Essa solicitação é fundamental para garantir transparência e responsabilização no processo de investigação de outros crimes. É dever da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial zelar pela integridade e pela justiça em casos que impactam diretamente a vida e a segurança dos cidadãos”, explicou Daiana.