A Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR) da Câmara dos Deputados viveu um dia de barbárie. Na véspera da data em que a vereadora Marielle Franco foi executada a tiros ao lado do seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, parlamentares bolsonaristas atacaram sua memória e causaram tumulto na primeira reunião do colegiado.

No dia 14 de março deste ano completam seis anos dos assassinatos, que ainda aguardam total resolução. No intuito de causar tumulto e protagonizar mais uma cena de violência política, o deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) disse que congressistas “feministas que defendem bandidos do Rio” não se manifestam a favor das mulheres estupradas em Israel, em outubro de 2023. O parlamentar mencionou então o nome da ex-vereadora carioca. “Mas se fosse Marielle Franco tenha certeza que elas estariam até hoje (defendendo)”, afirmou. O tumulto levou ao encerramento da reunião pela presidente do colegiado, Daiana Santos (PCdoB-RS).

A parlamentar, por sua vez, destacou que este tipo de comportamento não será tolerado no colegiado.

“Há seis anos, o Brasil não tem uma resposta para um crime tão cruel e bárbaro, que vitimou Marielle Franco, mulher negra e LGBT, que lutou bravamente contra a violência política de gênero. No dia de hoje, na abertura da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, a extrema direita bolsonarista reproduz essa violência repleta de ódio. Quero deixar registrado aqui, que não será tolerado esse tipo de comportamento e violência contra mulheres na CDHMIR”, disse.

Após a saída dos deputados da oposição da sala da Comissão de Direitos Humanos, Daiana Santos, Talíria Petrone (PSol-RJ) e Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) se reuniram para decidir como reagiriam ao acontecimento.