Câmara aprova moções de repúdio à violência de Israel e do Hamas
A Câmara dos Deputados aprovou um pacote de moções de repúdio contra as mortes e os ataques que ocorrem desde sábado (7) entre o grupo Hamas e o Estado de Israel. Foram 312 votos a favor das moções e nenhum voto contrário.
Os parlamentares também realizaram um minuto de silêncio para as vítimas de ambos os lados e aprovaram moções de condolências às famílias das vítimas dos ataques na região.
“Há 70 anos este conflito se arrasta. Milhares e milhares de pessoas foram assassinadas. A União das Nações Unidas (ONU) tem uma série de resoluções sobre o assunto, que até hoje não foram respeitadas, não foram cumpridas. Nós precisamos de uma cultura de paz, precisamos encerrar as guerras, mas, para encerrá-las é preciso que enfrentemos os motivos que levam a elas. Nós somos favoráveis à existência de dois Estados: o israelense e o palestino. É isto que diz a resolução das Nações Unidas, e é por isso que nós lutamos.
Somos contra o assassinato de crianças, de mulheres, de idosos de civis, e temos de defender uma cultura de paz – paz no Oriente Médio, paz no mundo, por um Estado israelense, e por um Estado palestino”, afirmou o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), ao defender a aprovação das moções de repúdio.
Na segunda-feira (9), a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), também havia condenado a violência de Israel e do Hamas e defendido a existência de dois Estados.
“Acompanhar esta questão impõe a todos nós conhecermos a história, sabermos porque as coisas chegaram a este ponto. Nós, do PCdoB, sempre fizemos a defesa do Estado de Israel e da existência do Estado palestino. Nós sempre defendemos a existência dos dois Estados independentes, que é o que está nas resoluções da ONU. A desocupação da Faixa de Gaza e da Cisjordânia por Israel sempre esteve nas resoluções da ONU. No entanto, Israel nunca as ouviu. O Hamas não é a Palestina. O Hamas não representa o conjunto da população da Palestina. Esta situação chegou a este ponto porque Israel nunca reconheceu o Estado palestino, nunca reconheceu Jerusalém Oriental como sua capital. Nós precisamos olhar a história para perceber que as coisas não chegam a este ponto por acaso. Isso justifica ataques a civis? Não! Ninguém aqui apoia ataque nenhum: nem do Hamas, nem de Israel contra a Palestina”, afirmou.
Jandira reiterou ainda defesa da paz. “Nós temos que nos posicionar pelo cessar-fogo, pela paz, pela garantia dos dois Estados e pelos direitos dos dois povos, que são irmãos, tanto o povo judeu como o povo palestino”, disse.
Pela Federação PT-PCdoB-PV, o deputado Odair Cunha (PT-MG) criticou a violência de ambos os lados. “Repudiamos o ataque feito pelo Hamas a cidadãos israelenses, mas também repudiamos o uso desproporcional da força contra palestinos e conclamamos toda a comunidade internacional para que haja o reconhecimento de ambos os Estados”, disse.