O Congresso Nacional comemorou o bicentenário da Independência da Bahia em sessão solene na manhã desta quarta-feira (5). Também chamada de Independência do Brasil na Bahia, o dia 2 de julho relembra a expulsão do exército português, em 1823, no estado da Bahia, depois de batalhas que duraram mais de um ano. Apesar de 7 de setembro de 1822 ser considerado a data da Independência do Brasil, diversos conflitos contra as tropas lusitanas continuaram ocorrendo por todo o território brasileiro.

“Essa é uma data que precisa estar nos livros de História, pois representa a afirmação da independência e soberania do nosso povo”, destacou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), uma das requerentes da sessão solene e autora da Lei 12.819/2013, que elevou o 2 de julho como data histórica no calendário nacional.

“O 2 de julho tem uma contribuição insubstituível na soberania do nosso país, na independência do Brasil. Resgatar toda essa trajetória, que tem a marca da participação popular, é extremamente necessário. E, hoje, estamos aqui num momento elevado, de ressignificação dessa batalha para consolidar a independência do Brasil”, reforçou o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).

A homenagem, que também foi proposta por outros deputados e senadores baianos, contou com a presença do governador do estado, Jerônimo Rodrigues, e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, além do secretário estadual de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro.

Em seu discurso, a ministra Margareth Menezes afirmou que a cultura é peça fundamental para evitar erros do passado e garantir a democracia.

“Essa data prestigia a memória de todos aqueles que foram cruciais para a independência. Gente simples e trabalhadora, mesmo tipo de gente que em pleno século 21 reabre diálogo do Brasil consigo mesmo e com o mundo, que valoriza o que é nosso. Essa é nossa verdadeira independência. Essas conquistas não podem ser consideradas perenes, têm que ser defendidas diariamente. Os eventos de 8 de janeiro mostram de forma contundente a importância de termos viva na memória as dificuldades do passado para que a gente não repita os mesmos erros. A memória é um tema em que a cultura é central”, disse Margareth.

Para o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, relembrar as lutas na Bahia é uma forma de reafirmar o protagonismo do povo. Jerônimo também criticou as poucas menções a negros e mulheres nos livros de História.

“Temos a clareza de que eventos como esse, de celebrar o 2 de julho, podem garantir que nossa história não seja apagada. Um povo colonizado não tem capacidade de planejar seu futuro, não tem força suficiente para escolher seu destino. Passamos tempos vivendo essa condição. Foi preciso derramamento de sangue para que pudéssemos ter nossa soberania. O mais forte para a gente é quando a nossa história é contada por nós mesmos. Nós, infelizmente, não temos nos livros de História a história do povo negro, das mulheres, do povo do interior. A história de Maria Felipa e Joana Angélica não estão nas páginas da imprensa”, disse o governador baiano, se referindo às figuras femininas baianas que se destacaram nas lutas pela independência.