CPMI vai avaliar quebra de sigilo de Bolsonaro e Mauro Cid
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os atos golpistas do 8/1 recebeu 48 pedidos de quebra de sigilos, 244 convocações de depoentes, quatro convites e 82 requerimentos de acesso a documentos oficiais.
Bolsonaro e Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, que está preso, são alvos tanto da quebra de sigilo dos celulares quanto da convocação.
Também foi pedido a quebra de sigilo de Ailton Barros, ex-militar e amigo de Bolsonaro, que aparece em mensagem com Cid tramando golpe.
Três envolvidos na tentativa de explosão de um caminhão de combustível próximo ao aeroporto de Brasília estão na lista.
São eles: George Washington de Oliveira Sousa, Wellington Macedo de Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues.
A líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), que também é integrante da CPMI do Golpe, diz que o que “está posto é apurar uma tentativa de golpe, de uma abolição violenta do Estado democrático de direito”.
“E não adianta negar que é isso que está em investigação. O que aconteceu em 8 de janeiro não foi o 8 de Janeiro. O que aconteceu no dia 8 de janeiro foi algo planejado, estruturado, construído para invadir os três Poderes da República. Isso não é algo pequeno, não é algo secundário, isso é algo muito grave de atentado contra a democracia brasileira”, disse a parlamentar.
De acordo com ela, a tentativa de golpe não pode passar impune nem em branco. “Muito menos sem um aprofundamento muito intenso na apuração que já se faz no Supremo Tribunal Federal, que já se faz no Ministério Público Federal, que é feita pela Polícia Federal, é feita na Câmara Distrital aqui de Brasília, e esta CPMI vai compartilhar”, explicou.
Responsável pelo pedido da quebra de sigilo de Bolsonaro e Cid, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou ao G1 que é essencial ter posse dos dados.
“Bolsonaro valeu-se das redes sociais como instrumento de desinformação e prática de atos ilícitos. Nessa linha, é importante que tenhamos acesso a uma das ferramentas que possibilitou essas postagens: o celular do ex-presidente”, afirmou.
“BOLSONARO NÃO VAI ESCAPAR! Todos que incitaram, planejaram, financiaram e participaram direta e indiretamente dos atos terroristas do dia 08/01, que atentaram contra a democracia e as instituições democráticas, serão investigados!”, escreveu o senador no Twitter.