Orlando Silva cobra apuração sobre morte de menina Yanomami
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados encaminhou solicitação a diversos órgãos de investigação e controle, solicitando informações e providências sobre o caso da morte da menina Yanomami, de 12 anos.
O presidente da CDHM, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), acionou o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), cobrando rigorosa apuração do caso.
Em uma rede social, o deputado fala sobre a iniciativa da Comissão, que tem como objetivo garantir a apuração dos fatos e a proteção das populações indígenas diante da presença de invasores nas terras demarcadas.
“Chega de barbárie! A Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara encaminhou solicitação de providências sobre o caso da morte da menina Yanomami. Como presidente da Comissão, acionei o MPF, a Polícia Federal e a FUNAI. Tamanha crueldade não pode ficar impune!”, escreveu Orlando no Twitter.
De acordo com reportagens e denúncia da comunidade, ela teria morrido em decorrência de estupro no dia 25 de abril na comunidade Aracaçá, região dos Waikás/Palimiú, município de Amajari, em Roraima, uma das mais atingidas pela invasão de mineradores ilegais.
Outra criança Yanomami, de três anos, também teria desaparecido, ao cair no rio Uraricoera, quando a comunidade estaria sofrendo um ataque pelos garimpeiros.
Violência
O crime teria ocorrido na região de Waikás, uma das áreas afetadas pelo garimpo ilegal. A informação foi divulgada na noite da segunda-feira (25) pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana, Júnior Hekurari Yanomami, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
“Me falaram que os garimpeiros invadiram a comunidade, levaram uma mulher e uma adolescente. A adolescente tinha 11, 12 anos. Os garimpeiros violentaram, estupraram ela e (isso) ocasionou o óbito.”
Hekurari disse ainda que há a suspeita que os garimpeiros estivessem armados. A comunidade Aracaçá está localizada no meio de acampamentos montados por garimpeiros na região.
A violência sexual contra meninas e mulheres ianomâmi cometida por garimpeiros já havia sido denunciada semana passada pela Hutukara Associação Yanomami.