O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (15), que a Polícia Federal tenha acesso aos dados da investigação do Facebook que acabou derrubando uma rede de contas e perfis falsos ligados a integrantes do gabinete do presidente de Jair Bolsonaro e a seus filhos.

O acesso às informações da investigação do Facebook foi autorizado em dois inquéritos que correm junto ao STF e inquietam o presidente: o das fake news e o dos atos antidemocráticos.

No pedido ao STF, a delegada Denisse Dias Ribeiro defendia a urgência da medida para que as pessoas envolvidas com as contas removidas não tivessem tempo de se desfazer dos dados.

Para a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), a decisão do ministro Alexandre Moraes é estratégica e necessária para investigar a extensão da corrupção promovida pelo gabinete do ódio de Bolsonaro dentro do Palácio do Planalto. A parlamentar lembrou ainda da ação movida pela legenda em relaçaõ ao caso.

"Na semana passada entramos com notícia-crime no STF contra as ações do Clã Bolsonaro e gabinete de ódio. Pedimos que se investigue se há corrupção de agente público. Inaceitável que funcionário do Palácio seja peça-chave da rede de disseminação de mentiras derrubada pelo Facebook", destacou.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o cerco está se fechando para o clã Bolsonaro. “Que seja o fim do gabinete do ódio”, apontou o parlamentar que, junto como deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ), acionou a Comissão de Ética da Presidência da República exigindo a demissão de Tercio Arnaud.

"A situação dos filhos e aliados de Bolsonaro deve se agravar", comentou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). 

Na quarta-feira (8), o Facebook retirou do ar uma rede de fake news ligada à família Bolsonaro, composta por 35 contas, 14 páginas e um grupo no Facebook, além de 38 contas no Instagram. A rede se dedicava a divulgar e impulsionar conteúdos falsos sobre política e sobre a Covid-19, para uma audiência de mais de dois milhões de pessoas. Entre os envolvidos estavam funcionários dos gabinetes de Eduardo e Flávio Bolsonaro, além de Tercio Arnaud, assessor especial da Presidência da República, apontado como líder do chamado “gabinete do ódio”.