O cerco vai se fechando em torno dos bolsonaristas. Na tarde desta quarta-feira (17), por 9 votos contra 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou um habeas corpus que tentava tirar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, do inquérito das fake news. O pedido havia sido apresentado pelo ministro da Justiça, André Mendonça, mas a maioria dos magistrados seguiu o voto do relator, Edson Fachin.

Fachin reforçou que o atual entendimento do STF é no sentido de que não cabe habeas corpus para questionar decisão monocrática de integrante da Corte. Votaram neste sentido os ministros Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello foi a favor de julgar o HC.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, se declarou impedido e não votou.

Weintraub foi incluído no inquérito após ter dito, na reunião ministerial de 22 de abril que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”. Além das fake news, o inquérito também apura a disseminação de ameaças a ministros do STF e outras autoridades.

Desde a divulgação do vídeo da reunião, a manutenção de Weintraub no governo vem sendo debatida. Notícias veiculadas pela imprensa indicam que o ministro deixaria a Pasta para assumir cargo no Banco Mundial ou equivalente, visto que Weintraub é economista.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), no entanto, ressaltou que não adianta sair do governo ou do país, pois Weintraub “terá de responder ao inquérito”.