Como já estava previsto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolheu para o lugar de Sergio Moro o advogado André Luiz de Almeida Mendonça como novo ministro da Justiça e Segurança Pública. Antes da nomeação, ele dirigia a Advocacia Geral da União (AGU).

Para diretor-geral da Polícia Federal (PF), Bolsonaro oficializou o nome de Alexandre Ramagem, que comandava a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Ramagem é amigo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), o filho do presidente investigado pela PF no esquema criminoso de espalhar fake news.

Repercussão

Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), ao nomear Alexandre Ramagem para diretor-geral da PF, "Bolsonaro comprova suas intenções de aparelhar a PF e o Ministério da Justiça, usando-os para fins políticos". "Passa a ideia de precisar ir até as últimas consequências para esconder alguma coisa. É muito grave e perigoso que Bolsonaro esteja criando uma polícia política. Salve engano, tem mensagens dos procuradores sobre Ramagem, reveladas pelo Intercept. É preciso uma profunda investigação sobre todos esses fatos. Por isso o PCdoB colhe assinaturas para instalação de CPI na Câmara", afirmou a parlamentar.

“Bolsonaro transformando o governo em um almoço de domingo. O único objetivo do governo é defender os filhos do presidente de responderem por seus crimes. Hipocrisia acima de tudo, Famiglia acima de todos”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) sobre a nomeação.

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) afirmou que a nomeação de Alexandre Ramagem como diretor-geral PF desrespeita a própria instituição e é uma demonstração clara da tentativa de aparelhamento ilegal do órgão para uso político. “Inaceitável. O Brasil não pode ficar à mercê dos filhos malfeitores de Bolsonaro”, criticou.

A deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) também comentou as nomeações. "As nomeações do novo ministro da Justiça e do diretor da PF estão confirmando que o critério é o da proteção dos filhos e o do acobertamento dos crimes cometidos durante e depois da campanha eleitoral. Por sua vez, Bolsonaro faz clara ameaça contra deputada, sua ex-aliada, de que poderá publicar mídia que a incrimina, ou seja, tenta acrescentar mais combustível nesse fogo interminável dessa crise política. Nos parece que esse é o 'clima' ideal para o presidente, que quer levar assim durante todo o tempo que ainda lhe resta de governo", afirmou.