Líderes de sete partidos – Rede, PCdoB, PSB, PPS, PDT, PSol e PT – querem botar um ponto final no mandato do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A ideia é antecipar a votação da cassação de Cunha, marcada pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o dia 12 de setembro.

Para o líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), Rodrigo Maia vem cedendo às pressões do governo golpista de Michel Temer ao descumprir os ritos determinados pelo Regimento Interno da Câmara.

“Ele precisava ter pautado o julgamento de Cunha para esta semana. A gente sabe que há uma pressão forte do governo golpista para que não haja esse julgamento e, infelizmente, Rodrigo acabou cedendo e chancelando o pacto entre Temer e Cunha para tentar protelar essa cassação e encontrar uma saída que mantenha a sobrevivência de Cunha. Mas isso não acontecerá. Vamos manter a pressão para sepultar esse debate. Cunha não tem salvação”, afirma.

De acordo com o deputado Alessandro Molon (RJ), líder da Rede – partido que apresentou o requerimento – se o pedido for aprovado nesta segunda (22), a votação acontecerá na terça-feira (23), numa sessão extraordinária, convocada para às 19h.

O medo, segundo Molon, é que a votação em setembro, com a proximidade das eleições municipais, esfrie o caso. “Tememos que este tempo faça com que a opinião pública se esqueça do caso e vire algo menos importante do que é. Além disso, tem a proximidade das eleições municipais que pode dar um quórum baixo e cada ausência conta a favor do Cunha”, diz Alessandro Molon.

Conforme as regras da Casa, para que Eduardo Cunha tenha seu mandato cassado serão necessários 257 votos favoráveis.