Na abertura do XIII Seminário LGBT do Congresso Nacional nesta terça-feira (16), debatedores cobraram leis e políticas públicas para combater a violência crescente contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros. O Brasil é o país que mais mata no mundo. A cada 27 horas uma pessoa é assassinada por causa da opção sexual.

O presidente da Comissão de Legislação Participativa, deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), demonstrou preocupação com a crescente onda de violência, nas ruas e nas redes sociais, contra esse segmento. “A população LGBT ainda se encontra à margem da sociedade, vendo seus direitos mais primordiais sendo violados. O evento se realiza num momento em que o país vive um ambiente de ódio, intolerância e violência contra quem desafia os padrões da sociedade”, disse o parlamentar.

Presidente da União Nacional LGBT (Una LGBT), Andrey Lemos lamentou a intolerância. “O ódio vem fazendo com que a população trans tenha perspectiva de vida de apenas 35 anos; e com que a cada 15 minutos uma pessoa seja vítima de violência física ou verbal por conta de sua orientação sexual”. “Toda a sociedade brasileira deve assumir o compromisso do respeito à diversidade humana”, defendeu.

O vice-presidente da Articulação Brasileira de Gays (ArtGay), Leo Mendes, destacou que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTs no mundo. “Mais do que o Estado islâmico”, observou. Ele defendeu políticas públicas para fazer cessar esses assassinatos. “Não vai adiantar só penalizar essas pessoas, colocar na cadeia, queremos que elas se ressocializem, nos compreendam e vivam conosco”, afirmou.

Para o deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), os grupos mais vulneráveis e mais fracos são as principais vítimas do atual ambiente de violência política por que passa o país. Segundo ele, o “diferente” vem sendo atacado e difamado, seja nas redes sociais ou fora dela. “Por isso, o lema do seminário deste ano é ‘O próximo pode ser você’: todo mundo pode ser potencialmente a próxima vítima da calúnia ou da difamação”, alertou.

O evento começou na terça-feira (16) e seguiu na quarta-feira (17) no auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados. Foi promovido pelas comissões de Legislação Participativa (CLP), Direitos Humanos e Minorias, de Educação e de Cultura. 

*Com informações da Agência Câmara.