A deputada Luciana Santos (PE), presidente nacional do PCdoB, reuniu na tarde desta segunda-feira (18) parlamentares e representantes de movimentos sociais, embaixadas e do Comitê Pró-Democracia do Congresso para avaliar a votação de domingo (18) na Câmara e discutir as perspectivas de ação e mobilização para a chegada do processo no Senado.

“Nós tivemos um revés numa batalha, mas não perdemos a guerra. Ontem ganhamos a batalha das ruas, havia muito mais gente nas manifestações contra o impeachment do que a favor, o que revela que está crescendo a consciência democrática para além da militância dos partidos e movimentos sociais”, ponderou Luciana ao enfatizar o papel das manifestações.

Os deputados presentes Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Jô Moraes (PCdoB-MG), Chico Lopes (PCdoB-CE), João Daniel (PT-SE) e Angela Albino (PCdoB-SC) também enfatizaram a importância da mobilização.

Para Jô Moraes, a votação na Câmara foi “a melhor aula sobre o nível da política em nosso país”. Ela destacou que as pessoas que escutaram e assistiram à votação puderam identificar que os motivos não atendem aos interesses do país. “E hoje, com a prisão do marido de uma defensora do impeachment, se percebe a hipocrisia que a deputada Marcivânia citou em seu voto”, comentou.

O deputado João Daniel ressaltou que é preciso respeitar as urnas e que novas eleições gerais só acontecerão em 2018. Ele também apontou que não houve comemoração dos defensores dos golpes nas ruas. “O que vi foram manifestações de homens e mulheres que defendem a democracia e que cobraram o voto dos traidores, nas ruas”.

A ausência de comemorações também foi destacada pelo deputado Chico Lopes. Ele expôs, ainda, a necessidade de atuar junto aos governadores para intensificar o convencimento dos senadores. 

Uma agenda para barrar o impeachment

Durante o ato, a presidente nacional do PCdoB também evidenciou os interesses por trás da votação do impeachment. “Querem impor a agenda que foi derrotada nas urnas. Querem desvincular os investimentos do orçamento para políticas públicas caras ao povo brasileiro como saúde e educação com o objetivo de drenar para o rentismo, para o superávit primário. Este é o compromisso real que eles têm com os interesses econômicos do mercado financeiro e com os interesses dos grandes grupos econômicos do país”, disse Luciana.

Ao final do encontro, Luciana enfatizou: “Precisamos ter maioria simples para barrar a admissibilidade do impeachment no Senado. Nosso foco é o Senado. Temos que transformar o 21 de abril e o 1º de maio em dias de luta. Temos que manter o espírito de vigília, porque a justeza de nossas ideias está prevalecendo”.