Três dias antes da votação do pedido de impedimento da presidenta Dilma Rousseff na Câmara, deputados e senadores protocolam a criação de uma Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia. O grupo reúne 32 senadores e 186 deputados de 21 partidos diferentes, incluindo legendas da oposição como PSDB e DEM, por exemplo. Confira a íntegra da lista aqui

De acordo com a idealizadora da Frente, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), apesar de não se poder garantir que os 186 deputados vão votar contra o impeachment de Dilma no próximo domingo (17), a oposição não possui os votos necessários para dar continuidade ao processo.

“Podemos dizer que temos mais de 172 para barrar. Mas essa Frente sinaliza, sobretudo, a necessidade do debate sobre o significado desse processo. Esta é uma situação institucional muito grave para o país e não pode ser tratada como apenas uma disputa política. Não há fundamento jurídico para o impedimento e esses termos, sem crime, é golpe. Por isso que levantamos a necessidade de defender a democracia e o respeito às urnas”, afirma Luciana Santos, que também é presidente nacional do PCdoB.

Para que o impeachment seja aprovado é preciso do voto favorável de dois terços dos deputados, ou seja, 342. Segundo a vice-líder do governo na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o discurso da oposição que aponta vitória certa no domingo é apenas para criar um “clima negativo” no país. “Ninguém vai ter número agora. Mas o que podemos garantir é que eles não têm dois terços dos votos. Aqui tem pessoas de consciência política. Nós fazemos mapa o dia todo, e não há dois terços do outro lado. Esse clima é pra tentar criar um clima psicologicamente negativo”, diz.

Nesta quinta-feira pela manhã, a presidenta Dilma se reuniu com aliados no Palácio do Planalto e afirmou que a “estabilização politica do país, com respeito à democracia, será realizada a partir do momento da derrota do golpe”.