Com discursos em defesa da manutenção dos avanços na área educacional e de apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff, estudantes, professores e integrantes de movimentos da área de educação participaram nesta terça-feira (12) de evento, no Palácio do Planalto, intitulado Encontro da Educação pela Democracia.

O presidente da Confederação Nacional pelos Trabalhadores na Educação (CNTE), Roberto Leão, disse que os trabalhadores da área não vão aceitar mudanças que firam a Constituição brasileira, nem retrocessos na área educacional.

“Queremos que esse governo e esse projeto político que mudou a vida de muitos brasileiros continue vigindo no nosso país. É contra esse projeto que se levantam vozes conservadoras que não aceitam que aqueles que habitavam os porões tenham posto sua cara para fora e queiram continuar na luz, sendo cidadãos de primeira categoria”, disse.

O evento ocorreu um dia após a comissão especial, na Câmara dos Deputados, ter aprovado parecer favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, destacou conquistas na área de educação ocorridas nos últimos anos, como o piso do magistério, as cotas nas universidades e a destinação de royalties do petróleo do pré-sal para a educação. Ele também defendeu o respeito ao resultado das urnas das eleições de 2014.

“Esse jogo foi reafirmado nas eleições de 2014. Questionar os resultados de uma eleição popular, questionar o meu voto, eu não aceito, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação não aceita. Muitas vezes parece que se trata de uma defesa de governo, mas se trata estritamente da defesa de democracia, de um mandato constitucional e da Constituição de 1988”, disse.

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, ressaltou que mais uma vez na história a UNE se coloca ao lado da luta democrática, e defendeu o mandato da presidenta. “Mais uma vez nos colocamos do lado da democracia e contra o impeachment da senhora, porque achamos que sem democracia não avançamos. Esse impeachment é um golpe, não só contra a democracia, mas também contra nossos direitos”, afirmou.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) , o encontro que marcou o apoio do setor educacional à Dilma foi histórico. “Aqui se identificou como este projeto que está sendo atacado fez avançar o acesso à universidade e a inclusão social na educação e através da educação. Não vamos permitir que este golpe tenha êxito”, afirmou a parlamentar que tem longa luta na área.

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), professor e autor da lei do material escolar e de emendas como a que garantiu direito a um terço da carga horária para os professores destinarem às atividades extrassala, também participou do encontro. “Precisamos nos unir e somar esforços para barrar o impeachment. Este governo é responsável pelas importantes conquistas para a educação. Vamos defender a democracia, a liberdade e as conquistas sociais, contra as tentativas de golpe”, ressaltou.

Nas últimas semanas, a presidenta Dilma recebeu manifestações de apoio de grupos de intelectuais e artistas, organizações feministas, integrantes de sindicados, de movimentos sociais e de juristas.