Após pressão da sociedade, o Conselho Monetário Nacional voltou atrás quanto à elevação de mais de 70% nas taxas de juros do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE). O assunto foi trazido à tona pelo deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que na última semana, apresentou projeto de decreto legislativo proibindo a medida. Leia também: Proposta revoga elevação de taxas de juros do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste

Em reunião realizada na quinta-feira (25), o Conselho publicou autorização para que seja mantida a atual taxa de juros para contratos firmados até 31 de março, adiando, assim, a vigência das novas taxas, bem mais elevadas.

Para Chico Lopes, trata-se de uma vitória parcial da sociedade na luta contra a elevação dos juros para utilização de recursos do FNE. "Esse prazo a mais que foi dado pelo Conselho Monetário Nacional, para novos contratos de financiamento com os juros antigos e mais baixos, é sem dúvida importante. Mostra que o Conselho sentiu a pressão que foi feita pela sociedade na defesa do FNE e da importância dos recursos do fundo para o desenvolvimento do Nordeste, ainda mais neste momento em que o país procura retomar o seu crescimento", avalia o deputado.

No entanto, para ele, é preciso seguir na luta para que o Conselho desista de elevar os juros definitivamente. “Não podemos correr o risco de perder novos empreendimentos e ações de crescimento das empresas no Nordeste por conta de taxas de juros tão altas em um fundo que foi criado exatamente com o objetivo de promover o crescimento da região", alerta o parlamentar, apontando urgência da aprovação na Câmara de sua proposta.

A elevação das taxas de juros cobradas para acesso aos recursos do FNE foi determinada por resolução emitida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2015 e provocou forte reação do setor produtivo e daqueles que se preocupam com o desenvolvimento da região Nordeste, do qual o FNE é um dos principais instrumentos.