Em apenas um dia, a perseguição feita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou-se desacreditada. Na terça-feira (16), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) concedeu uma liminar que suspendeu o depoimento que o ex-presidente e sua esposa, Marisa Letícia, dariam à Justiça.

Já nesta quarta-feira (17) pela manhã, demonstrações de apoio, tanto diante do Fórum da Barra Funda, em São Paulo – onde ambos prestariam os depoimentos –, quanto nas redes sociais, comprovam o risco de tentar atingir alvos específicos com investigações arbitrárias. Em 24 horas, Lula passou de depoente como investigado por ocultação de patrimônio ao status de líder popular que sempre foi.

Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), a decisão do Conselho é muito valorosa. “Estamos comemorando a primeira vitória da reafirmação da Justiça nesta batalha de propósito sórdido, o de apagar uma das partes mais significativas de nossa história contemporânea.” 

O conselheiro Valter Shuenquener de Araújo acatou a representação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que acusa Cássio Conserino, promotor do Ministério Público de São Paulo, de ter anunciado antecipadamente que indiciaria o ex-presidente e Marisa – por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio – antes mesmo de ouvi-los. Na liminar, o Conselho do MP aponta que Conserino agiu indevidamente, ao basear seus argumentos em uma “flagrante perseguição política.”

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), enxerga o desenrolar da história com nitidez. “Lula lutou contra os poderosos desde sempre, defendeu o povo que foi abandonado pela elite brasileira. Ele é vítima da intolerância daqueles que nunca aceitaram que o país fosse construído para todos.”

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também condena a incansável tentativa de criminalizar o ex-presidente. “Nós estamos, de fato, com uma articulação de agentes públicos do Estado brasileiro, uma articulação partidária e ideológica de oposição para desconstruir a imagem da maior liderança do século 21 deste país.”

Nesta quarta-feira, Conserino leu uma nota na qual diz que o Ministério Público de São Paulo apresentará informações ao Conselho para reverter a decisão. Mas de acordo com Valter Shuenquener de Araújo, os depoimentos ficarão suspensos pelo menos até que o plenário do Conselho Nacional do Ministério Público delibere sobre o assunto.


*Com informações do Portal Vermelho e do Brasil 247