A cultura brasileira esteve em destaque na noite desta segunda-feira (9), em Brasília. Durante cerimônia no Palácio do Planalto, 29 personalidades e cinco instituições receberam a Ordem do Mérito Cultural (OMC). Na cerimônia, o público pôde apreciar montagens especiais projetadas em telões com trechos de poesia e música ao vivo, com o cantor e compositor baiano Caetano Veloso.

O prêmio, dividido em três classes – Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro – é entregue anualmente a pessoas e entidades que contribuíram para o desenvolvimento da identidade do país em segmentos relacionados à área. O homenageado especial desta 21ª edição foi o ensaísta, poeta e tradutor brasileiro Augusto de Campos, um dos criadores do movimento nacional da poesia concreta.

Na cerimônia de entrega desta que é a maior condecoração da cultura brasileira estiveram presentes, além dos agraciados e homenageados, a presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Cultura, Juca Ferreira, responsáveis pela entrega das insígnias.

Dilma ressaltou que o prêmio, concedido simbolicamente no Dia Nacional da Cultura, reconhece artistas que representam o que o país tem de melhor. “Esta cerimônia nos permite valorizar e reconhecer algo que é uma das nossas riquezas, essa extrema diversidade cultural que constitui, talvez, um patrimônio tão importante quanto nossa capacidade de construir, criar e produzir cultura nesse país.”

A escolha dos agraciados com os títulos é feita pelo Conselho da Ordem do Mérito Cultural, após contribuições da sociedade. O colegiado é formado pelos ministros da Cultura, das Relações Exteriores, da Educação, e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Já a escolha dos homenageados é realizada por uma comissão especial.

Três das indicações feitas pela líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), foram selecionadas pelo Conselho da OMC. “É gratificante ver que a maioria das nossas cinco indicações foi agraciada com a Ordem. São organizações e pessoas que trabalham pelo fortalecimento da Cultura, da nossa identidade e da democracia”, destacou a parlamentar.

Foram condecorados Mãe Beth de Oxum, que coordena diversos projetos na cidade de Olinda com enfoque na formação da juventude negra, por meio do Ponto de Cultura Coco de Umbiagada; Vanisa Santiago, advogada e diretora de diversas associações brasileiras de direitos autorais; e o Centro de Memória do Circo, o primeiro centro de memória do Brasil consagrado exclusivamente à arte circense – Verônica Tamaoki, a coordenadora da instituição, recebeu a premiação.

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), uma das pessoas a sugerir o nome do compositor Humberto Teixeira à seleção da Ordem para homenagem in memoriam, compareceu ao evento e destacou a importância do Doutor do Baião para a cultura brasileira.

“Humberto Teixeira foi autor de uma obra decisiva para a construção do imaginário nordestino e nacional, da invenção e da reinvenção do Nordeste, da afirmação das coisas da nossa gente, do nosso tempo, do nosso lugar. Que o exemplo de Teixeira siga nos inspirando a fazer, todos os dias, um Brasil melhor, para todos os brasileiros”, salientou Chico Lopes.

A Ordem do Mérito Cultural foi entregue à atriz Denise Dumont, filha do compositor cearense, que teve o centenário celebrado em 2015. Para Denise, “toda homenagem é bem-vinda, e ainda é pouca, precisamos correr para destacar as coisas dele, ainda mais neste ano tão especial.”

Ainda foram contemplados artistas como a cantora Marisa Monte, o rapper Mano Brown, a escritora Adélia Prado, o ator e diretor Celso Frateschi, a atriz Patricia Pillar e o ator Matheus Nachtergaele.

Representando a gastronomia, foi premiado o chef Alex Atala. O empresário Bernardo Paz, criador do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Minas Gerais; o antropólogo Hermano Vianna, o jornalista Washington Novaes e o sertanista José Meirelles também foram homenageados.


Com informações do MinC, da Agência Brasil e da Ascom do deputado Chico Lopes