Representantes de órgãos envolvidos nos preparativos dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio participaram de audiência pública nesta semana no Senado para fazer balanço dos preparativos do evento. "O resultado foi muito positivo. A audiência tranquilizou a sociedade e o Parlamento ao mostrar que há grande articulação de setores de inteligência, integrado por mais de 18 instituições, ministérios e órgãos de governo, mostrando que o Brasil está preparado para as Olimpíadas," avaliou a deputada Jô Moraes.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), destacou que as obras para a realização das Olimpíadas de 2016 “estão caminhando muito bem, no prazo e nos custos”. Paes disse que não vai envergonhar o Brasil com obras inúteis, visto que alguns empreendimentos darão origem a escolas e centros aquáticos em comunidades carentes da Baixada Fluminense, que reúne os municípios mais pobres do estado. “As Olimpíadas são uma oportunidade de transformar a cidade do Rio. Estamos totalmente no prazo. Apesar dos problemas que o Brasil enfrenta, é possível fazer as coisas corretas e de modo adequado,” disse o prefeito.

Segurança em grandes eventos
Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza disse que as atividades de inteligência têm inicio muito antes da realização dos jogos esportivos. Ele também destacou a experiência acumulada pelo Brasil na Rio + 20, em 2012, e ainda nas reuniões do Mercosul e dos Brics, grupo que reúne os países emergentes da atualidade.

Trezza informou que os jogos olímpicos contarão com 103 representantes de inteligência e 206 países participantes. Ele observou ainda que a Abin destaca-se em ações preventivas de combate ao terrorismo, com pessoas que atuam em rede, em agências de turismo e aeroportos, em articulação com serviços de inteligência estrangeiros.

Diretor de Inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, criada no âmbito do Ministério da Justiça, William Marcel Murad observou que não se pode falar em planejamento de segurança publica sem se consultar o Centro de Operações do Rio de Janeiro, que conhece a mobilidade da capital fluminense. “Os jogos têm estrutura complexa. Temos aprendido muito com as lições da Copa. Foi possível antecipar muitas situações problemáticas. Mas seria superficial achar que o jogo está ganho porque conseguimos, no âmbito da segurança pública, fazer um evento sem grandes problemas. A preparação segue rigorosamente o nível dessa complexidade.”

Já o coronel Marcelo Silva Rodrigues explicou que, das 669 organizações militares do Exercito espalhadas pelo Brasil, a maioria tem pelo menos uma sessão de inteligência classe C, capaz de fornecer dados e produzir informes para o sistema de inteligência. No campo externo, ele citou a atuação dos adidos de defesa, que têm a atribuição de solicitar informações às autoridades no exterior.

A audiência foi uma iniciativa da presidente da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), e do vice-presidente, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Os participantes também discutiram a atuação do setor nos grandes eventos realizados no Brasil nos últimos anos, em especial os Jogos Mundiais Militares, a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo de Futebol.

Com informações da Agência Senado