Com o objetivo de estimular a estabilidade política e o diálogo para que o Brasil volte a crescer, a presidenta Dilma Rousseff anuncia a reforma administrativa, que reduz de 39 para 31 o número de ministérios. A nova configuração, finalizada na quinta-feira (1°), com ajuda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclui a extinção e fusão de pastas e o remanejamento de titulares dos ministérios.

Foram reduzidas 30 secretarias nacionais em todos os ministérios, estipulados limites de gastos com telefonia, passagens aéreas e diárias, e anunciado o corte de 10% na remuneração dos ministros. Os salários de Dilma e do vice Michel Temer terão a mesma redução. Haverá ainda a revisão de todos os contratos de aluguel e de prestação de serviço.

“Com essas iniciativas, que terão de ser reforçadas permanentemente, queremos contribuir para que o Brasil saia mais rapidamente da crise econômica, crescendo, gerando emprego e renda. Essa reforma vai nos ajudar a efetivar as medidas já tomadas para o reequilíbrio fiscal e aquelas que estão em andamento”, defendeu Dilma.

Para o vice-líder do governo na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), “o anúncio da presidenta abre espaço para reorganizar a base e construir as condições para a retomada do crescimento nacional.”

Já a líder dos comunistas na Casa, deputada Jandira Feghali (RJ), ressaltou a importância das parcerias político-partidárias. "A presidenta Dilma não se elegeu sozinha, desde que o mundo é mundo as pessoas governam com quem os elegeu. Num governo de coalizão, isso é normal, natural. A reforma será para a aprovação de uma agenda positiva para a sociedade no Congresso Nacional."

No novo desenho da equipe, Aldo Rebelo (PCdoB) que ocupava o Ministério da Ciência e Tecnologia, passa para a Defesa, no lugar de Jaques Wagner, que substitui Aloizio Mercadante na Casa Civil.

Aldo já presidiu a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados. O fato de o ministro ter trabalhado recentemente com projetos estratégicos também ajudou na aproximação e conhecimento de programas das Forças Armadas.

Para o deputado Chico Lopes (CE), que representou o PCdoB na solenidade, "é muito bom confirmar que, mesmo em tempos em que setores conservadores tentam falar em absurdos como volta da ditadura ou desrespeito a um governo eleito democraticamente, o Brasil está maduro para contar com um comunista como ministro da Defesa."

O Gabinete de Segurança Institucional perdeu o status de ministério, e a Secretaria de Assuntos Estratégicos será extinta. A Secretaria-Geral se uniu à de Relações Institucionais e passa a ser chamada Secretaria de Governo, que vai ser responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional, Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

As secretarias de Direitos Humanos, Igualdade Racial e de Políticas para Mulheres compõem agora o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Pesca se junta à Agricultura e a Secretaria de Assuntos Estratégicos vai para o Planejamento. Já Trabalho passa a fazer parte da Previdência.

Conheça os novos ministros do governo Dilma

– Casa Civil: Jaques Wagner
– Ciência e Tecnologia: Celso Pansera
– Comunicações: André Figueiredo
– Defesa: Aldo Rebelo
– Educação: Aloizio Mercadante
– Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos: Nilma Lino Gomes
– Portos: Helder Barbalho
– Saúde: Marcelo Castro
– Secretaria de Governo: Ricardo Berzoini
– Trabalho e Previdência: Miguel Rossetto

*Com informações da Agência Brasil