A distorção no Congresso causada pela influência do poder econômico nas eleições deve perder força na política. Na quinta-feira (24), Dilma Rousseff seguiu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou inconstitucional o financiamento empresarial de campanhas políticas.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a presidenta deixou assinado o decreto que veta a matéria antes de viajar aos Estados Unidos para participar da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O veto deve ser oficializado até a próxima quarta-feira (30), quando se encerra o prazo para a publicação da reforma política aprovada pelo Congresso no início do mês.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), comemorou a decisão, pela qual a Bancada batalhou arduamente. “Desvincular as doações de empresas privadas nas campanhas é combater a corrupção. Boa parte das relações promíscuas entre poder público e corruptores têm origem nessas doações. É a máxima de que ‘empresa não doa, investe’. Ainda que hoje seja uma regra, este não é o modelo ideal de se capitalizar recursos às campanhas.”

O deputado Rubens Pereira Jr (MA), vice-líder da Bancada comunista na Câmara, também recebeu a notícia com satisfação. “A decisão da presidenta facilita a fiscalização e democratiza o acesso ao mandato. A influência do poder econômico na política é algo grave, é uma das grandes causas da falta de legitimidade de muitos ‘representantes do povo’.”

Trata-se de uma importantíssima vitória da esquerda, dos movimentos sociais e de entidades da sociedade civil, que integram a Coalizão por uma reforma política democrática. Com o veto ao financiamento empresarial de campanhas, haverá maior igualdade na representação partidária.