O bote já estava anunciado. Nos bastidores da Câmara, já haviam rumores de que partidos da oposição fariam o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff esta semana. Na noite de terça-feira (15), o anúncio virou realidade e o Plenário da Câmara se tornou uma verdadeira arena depois que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou questão de ordem do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), sobre a tramitação de um pedido de impedimento presidencial. Cunha, no entanto, não deu prazo para a resposta.

A questão de ordem foi subscrita por deputados do PSDB, do Solidariedade, do PPS, do PSC e do PTB – mesmo grupo que na última semana lançou um movimento pró-impeachment.

“O DEM quando se presta a este papel demonstra que é legítimo herdeiro da Arena, o partido que sustentou o regime militar no Brasil. Não adianta querer cortar caminho, atitude democrática é aguardar as eleições de 2018. Vocês têm de ir para rua ganhar voto a voto. Hora de crise é momento de refletir e construir alternativas para retomar o crescimento nacional. O povo lá fora não quer saber de briga entre governo e oposição, mas que responda aos desafios que o país enfrenta”, destaca o vice-líder do governo na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

A líder do PCdoB na Casa, deputada Jandira Feghali (RJ), também saiu em defesa da estabilidade democrática no país. “Quem faz política tem lado e neste momento nosso lado é o da democracia brasileira. Uma democracia que veio depois de muita luta, de muita morte, e que não admite que sem nenhum delito da Presidência da República seja acatado um pedido de impeachment. Não há base técnica, política ou jurídica para isso. Estamos aqui defendendo um projeto de mais Estado, de mais políticas públicas, de mais emprego, de mais renda. Tentar emplacar um processo de impeachment agora é golpe”, afirma.